Neoconsumidor e o Futuro do Varejo
Tive o prazer de participar hoje do Fórum de Varejo da América Latina, em São Paulo. O foco foi o novo consumidor e a maneira como as novas tecnologias interferem em sua forma de comprar. Entre todos os insights com que tive contato (alguns devidamente registrados em tempo real no meu Twitter – ytrafane), três me chamaram particularmente a anteção:
- O papel da internet nas vendas não se traduz apenas através do avanço do e-commerce. A rede é uma ferramenta cada vez mais intensamente usada para apoiar a compra nas lojas físicas. Na pesquisa realizada pela da GS&MD detectou-se que 52% dos entrevistados no mundo e 73% no Brasil pesquisam na internet antes de ir para uma loja. Nos Estados Unidos, 61% dos acessos ao site do Wal Mart têm como objetivo verificar se determinado produto está disponível na loja, antes de se dirigir a ela.
- O fenômeno do MVNO (Mobile Virtual Network Operator) pode mudar o cenário da competição no mercado de telefonia móvel no Brasil. Estes novos agentes são operadores que não possuem rede própria, mas operam comprando minutos das operadoras existentes no atacado e vendendo-os no varejo. Na Dinamarca, por exemplo eles invadiram o mercado que tinha apenas duas operadoras e hoje tem mais de quarenta. Frequentemente são marcas do varejo que usam sua força para conquistar consumidores de telefonia. Guardadas as devidas proporções é uma estratégia de “marca própria” aplicada ao mundo dos celulares.
- A Diretora da Perdigão (Cláudia Pagnano) e o VP da Philips (Fernando Stinchi) disseram cada um a sua maneira algo em que eu acredito muitíssimo: as ferramentas de interação e venda para o consumidor podem evoluir o quanto quiserem, mas a alma do marketing continua sendo a capacidade de conhecer o consumidor e seu comportamento. E mais: sua natureza como ser social e de grande complexidade psicológica.