O Turn Off das Agências Off Line.
O que será que aconteceria se as grandes agências de propaganda aceitassem os conselhos de muitos artigos e gurus do mundo digital e virassem todos os seus canhões e atenções para a e-media? Se começassem a sugerir que ao invés dos 4% atuais, os grandes anunciantes colocassem 60% ou 70% de suas verbas em veiculações e ações digitais? Primeiro os clientes precisariam aceitar. Supondo que isso acontecesse, os faturamentos cairiam de forma aguda e abrupta, pois o modelo de remuneração da nova mídia não é tão generoso com as agências. Isso significa que colossos do mundo da comunicação teriam que encolher dramaticamente para fazer frente a nova realidade. Ficariam menores, com menos empregados e menos faturamento. Talvez um corte de 50%. Talvez mais. Falemos sério. Quem fará isso? Eu faria? Você faria? Supondo que alguém fizesse: o que garante que uma boa agência de propaganda tem as competências para ser uma boa agência digital? Ninguém. Muito pelo contrário. Afinal, são serviços de natureza diferentes movidos por culturas diferentes, líderes diferentes e operações diferentes. Já aconteceu em outras indústrias e vai acontecer de novo. A Olivetti que era líder em máquinas de escrever não se transformou na líder em computadores. A empresa líder em pagers (nem me pergunte quem era) não virou a líder em celulares. Os veículos mais poderosos o mundo off-line não o são no mundo on-line. As grandes agências off-line não serão as mega empresas on-line. Uma ou outra vai sobreviver e algumas delas serão grandes. Mas não as melhores. E muito provavelmente mais fruto do acaso do que do planejamento.
Um artigo nota 6,00 ligado ao tema está na HSM Management atualmente nas bancas (nov/dez 2009). Se você for assinante dê uma olhada. Se não, nem pense em comprar. O artigo requenta muito do que tem sido dito por aí embelezado pelas cifras de uma pesquisa da Booz & Company e por um título legal: Darwinismo Digital.