Suor ou Talento?
Uma reportagem da revista Exame que está nas bancas e discute o papel da vocação e da dedicação para o atingimento da excelência tem o mesmo título desse post. E, em minha opinião, uma palavra não cabe ali. Qual seria? A conjunção “ou”. Minha experiência e tudo que tenho estudado – inclusive o conteúdo dessa reportagem – me mostram que é a soma de talento e suor que aumentam a probabilidade da excelência aparecer.
Os livros de autoajuda que inundaram a sociedade moderna querem fazer crer que quem se esforça o suficiente, pode atingir a excelência no que quiser. Não é o que as evidências mostram. Nem o bom senso. Pelé não foi Pelé porque era esforçado. Conheci jogadores muito mais esforçados que não lhe chegaram aos pés. O talento existe e negar sua existência seria absurdo. Achar que só ele dá conta do recado são “outros 500”. A vocação é o ponto de partida. É condição necessária mas não suficiente para ser muito bom. Sobre a aptidão deve ser investido esforço e treinamento, mas sem ela o caminho fica demasiadamente tortuoso. É como diz uma frase picante que ouvi há alguns anos, ilustrando a questão na área de vendas; e com a qual – extraído o veneno – concordo: “o bom vendedor não nasce pronto, mas o mau vendedor nasce prontinho”.