A Estrela ou a Equipe?
Muitas vezes, intuímos algo de forma tão clara que as provas nos parecem dispensáveis, e nos satisfazemos com as evidências. Mas quando as evidências ganham corpo através de dados que fortalecem nossas teses, ficamos satisfeitos. É o meu caso nesse momento. Sempre acreditei que em situações que exigem uma escolha, é melhor manter um time coeso do que agradar os profissionais individualmente mais valiosos; mas nunca tinha visto dados que reforçassem essa tese – ainda que indiretamente.
Estatísticas vindas do esporte, uma fonte muito rica de metáforas para o mundo corporativo, apontam nessa direção. No maior campeonato de basquete do mundo (NBA) o cestinha faz parte do time campeão apenas 15% das vezes. No hóquei, o vencedor da famosa Stanley Cup tem o maior marcador em apenas 23% dos casos. E na Copa do Mundo o número se repete: somente 23% dos times campeões contaram com o artilheiro da competição. Esses dados mostram que existem grandes chances de você ter a melhor equipe mesmo que não tenha o melhor jogador.
No mundo empresarial isso pode indicar a prevalência da consistência sobre o estrelismo. Note que não estamos dizendo que as “feras” não são importantes, pois os dados não apontam nessa direção. Mas que talvez em momentos em que se precise escolher entre um indivíduo sensacional que mina o espírito coletivo ou o bem estar da equipe, seguir essa segunda alternativa seja mais sensato.