Emoções Positivas – Resumo do Livro: ‘Seu Balde Está Cheio?’
Emoções Positivas são o foco do Livro “Seu Balde Está Cheio?” de Donald Clifton & Tom Rath da Gallup.
Eis o resumo dessa obra que alcançou o status de #1 Best-seller do New York Times e da BusinessWeek, revelando como até as interações mais breves afetam seus relacionamentos, produtividade, saúde e longevidade.
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A Teoria da Concha e do Balde
Todos temos um balde invisível. Quando ele está cheio, nos sentimos bem, quando está vazio nos sentimos mal. E o que enche ou esvazia este balde é uma concha invisível. Ela pode colocar água no balde de bem estar das outras pessoas ou tirá-la de lá.
Capítulo 1 – Negatividade Mata
No início de sua carreira Don Clifton teve acesso a um estudo mostrando que, apesar de não terem sido fisicamente maltratados, os prisioneiros americanos na Guerra da Coréia tiveram altíssimos índices de mortalidade. Isso foi devido a uma estratégia utilizada pelos coreanos, de minar as relações interpessoais. Como consequência eliminar o apoio emocional que nascem dessas relações. Inspirado por essa terrível história, Clifton decidiu estudar o outro lado da moeda. Então, ele se perguntou: será que a positividade pode ter o mesmo impacto da negatividade?
Capítulo 2 – Positividade, Negatividade e Produtividade
Nós não experimentarmos o tipo de tortura psicológica sofrida pelos soldados americanos na Guerra da Coréia. Apesar disso, todos nós experimentamos interações positivas e negativas todos os dias. Isso influencia como nos sentimos e nos comportamos.
No final do dia, nosso estado emocional é profundamente afetado pelo saldo entre interações que suscitam emoções boas e ruins.
E no ambiente de trabalho (mas não só lá) os reconhecimentos e elogios têm um enorme impacto na forma como as pessoas se sentem, o que acaba influenciando o nível de produtividade.
Um estudo da Gallup com 4 milhões de pessoas ao redor do mundo constatou que as pessoas que recebem reconhecimentos e elogios regulares, melhoram suas produtividades. Isso também aumenta o engajamento entre colegas, a probabilidade de continuarem trabalhando na empresa. Estas pessoas ainda são melhor avaliadas pelos clientes e sofrem menos acidentes de trabalho.
De acordo com o Ministério do Trabalho americano, o principal motivo pelo qual uma pessoa deixa seu emprego, é por não se sentir valorizado.
E a história não para por aí: um estudo sobre saúde no ambiente empresarial, mostra que quando uma pessoa trabalha para um chefe do qual não gosta, sua pressão sanguínea é significativamente maior, elevando o risco de doença cardiovascular em 1/6 e de infarto em 1/3.
Se considerarmos que 65% das pessoas alegam não terem recebido reconhecimento pelo bom trabalho no último ano, nos damos conta de que estamos diante de uma grande oportunidade.
E a solução não passa apenas pelos programas formais de reconhecimento. Aliás eles podem ser muito artificiais. A solução está na ação cotidiana dos líderes. Eles devem estar atentos a cada oportunidade de oferecer reconhecimento sincero e significativo.
Capítulo 3 – Todos os Momentos Importam
Um estudo clássico na área de psicologia da educação conduzido Dra. Elizabeth Hurlock comparou o efeito de elogiar, criticar e ignorar alunos em um curso de matemática da 4a e 5a séries nos Estados Unidos.
Alunos elogiados e criticados melhoraram seus desempenhos no curto prazo. Porém, apenas os elogiados mantiveram a performance superior ao longo do tempo. Os ignorados tiveram a pior performance ao longo do tempo.
No final os elogiados melhoraram 71%, os criticados melhoraram 19% e os ignorados 5%. Apesar das evidências, as escolas continuaram por muito tempo adotando o caminho das críticas. Elas focam na “melhoria do que não está bom” como filosofia de desenvolvimento.
Estudos mais recentes da Gallup mostraram que essa postura na escola é reforçada pelos pais. Isto porque eles focam a sua atenção nas matérias que os filhos não gostam e nas piores notas.
O nascimento da Psicologia Social fez com que esse cenário começasse a mudar na medida em que foram realizados estudos sérios sobre “o que está certo nas pessoas”. Algumas das mentes mais brilhantes vem dedicando suas vidas a estudar cientificamente o papel das emoções positivas. E as conclusões das pesquisas vêm mostrando que as emoções negativas fazem mal a saúde. Elas diminuem a expectativa de vida além de destruir relacionamentos, famílias e carreiras.
Daniel Kahneman, psicólogo prêmio Nobel de economia afirma que vivemos 20.000 momentos individuais por dia. Cada um desses momentos dura alguns segundos. Eles vão impactando sucessivamente o nosso saldo de emoções positivas e negativas (enchendo ou esvaziando nosso balde). E alguns deles podem deixar impactos que duram anos e podem mudar vidas.
Um estudo mostra que a taxa que aumenta a probabilidade de longevidade de um relacionamento é de 5:1. Ou seja 5 emoções positivas para 1 negativa. Outro no ambiente de trabalho, mostra que equipes onde essa proporção é maior que 3:1, a produtividade sobre significativamente.
Mas o curioso é que a produtividade começa a cair quando a taxa atinge 13:1. Isso significa que abandonar totalmente as fraquezas produz um ambiente “Poliana”. Um ambiente assim compromete o êxito da equipe através de um falso otimismo.
E os impactos na saúde são relevantes. Um estudo realizado com freiras católicas mostrou que aquelas que estão focadas em emoções positivas vivem em média dez anos mais que as que focam nas emoções negativas. Se considerarmos que o cigarro diminui a vida entre 5 e 7 anos, vemos quão relevante é a questão.
Outro estudo de Harvard mostra que a forma como uma pessoa explica eventos negativos (de forma mais positiva ou negativa) impacta a sua saúde ao longo do tempo. Mais um, mostra que pessoas otimistas têm mais células T4 (que brigam contra infecção), o que faz com que peguem menos gripe. O que leva as otimistas a procurarem médicos 1 vez por ano, em média, contra 3 vezes por ano das pessimistas.
Além disso, as pesquisas da Michigan University concluem que as emoções positivas não apenas sinalizam bem estar, mas levam ao bem estar. É por isso que a diretora dessa universidade, Barbara Fredrickson, afirma que emoções positivas não são luxos supérfluos. Na verdade elas são necessidades críticas para o bom funcionamento do organismo.
Capítulo 4 – A História de Tom
As teorias mais aceitas atualmente pela comunidade científica dizem que a disposição para a positividade ou negatividade é em parte inata e em parte desenvolvida a partir da educação e cultura.
Acredita-se que com base nesses dois fatores uma pessoa acaba estabelecendo uma linha base individual na escala otimismo/pessimismo.
E os momentos positivos ou negativos vividos diariamente fazem com que sua sensação de felicidade ou tristeza variem a partir dessa sua linha base. Então, independente da linha base de cada pessoa, receber mais ou menos conchas positivas em seu balde, faz com que uma pessoa sinta mais ou menos emoções positivas.
A partir dessa constatação, Tom Rath (que é neto de Don Clifton) conta nesse capítulo como foi a experiência de crescer numa família que pensa em pontos fortes e no efeito que tinha ver seu balde ser enchido a cada dia.
Ele conta que quando criança era estimulado a focar nas matérias que mais gostava. Também recebia livros e orientações para desenvolver as atividades extra-curriculares que lhe interessavam. Foi estimulado a criar um negócio com os amigos de escola que ficou famoso na região. O negócio ganhou visibilidade nacional por ser uma empresa lucrativa conduzida apenas por crianças de 12 anos (Tom e seus colegas de classe, liderados por ele).
Conta que se sentiu livre e estimulado para escolher uma faculdade que estava ligada aos seus interesses e talentos. E mesmo à distância, sua família continuava enchendo seu balde.
Rath conta ainda que foi diagnosticado com VHL, uma rara doença genética que leva células de câncer aparecer frequentemente em várias partes do corpo. Ele acredita que sua força para superar esse desafio cotidiano vem da educação que recebeu. Ela o faz encarar cada desafio de uma forma positiva.
Para ele sua doença é apenas um lembrete para que ele cuide do seu corpo com mais cuidado e atenção todo dia, se antecipando ao desenvolvimento de cada novo foco de câncer. Ele diz que não é difícil fazer isso porque ele não se lembra de um só dia nos últimos 30 anos em que seu balde não tenha sido preenchido pela família e amigos.
Capítulo 5 – Faça ser Pessoal
Reconhecimento é muito mais valorizado e eficaz quando é individualizado, específico e merecido.
Quando ele é padronizado, a pessoa não sente que houve preocupação real com ela, diminuindo o valor. Se ele é genérico, a pessoa não entende verdadeiramente e pode acabar achando que é uma tentativa de sedução. E ainda se não é genuíno soa como manipulação. Por isso, muitas vezes, a tentativa de agradar acaba afastando e gerando a impressão de falsidade.
É comum no mundo corporativo o “tiro sair pela culatra”, pois as empresas lançam mão de programas pasteurizados e com claras segundas intenções. Sendo assim, ao procurar encher o balde de uma pessoa do seu círculo pessoal ou profissional, faça isso de forma: individualizado, específica e merecida.
Capítulo 6 – Cinco Estratégias para Aumentar Emoções Positivas
Não basta entender a importância das Emoções Positivas na vida das pessoas. É necessário conhecer ações específicas que transformem intenções em realidade. Com base em mais de 4 mil entrevistas sobre o tema, as estratégias que têm maior chance de produzir resultados são:
1. Evitar que o balde seja esvaziado: antes de começar a encher o balde é importante evitar que o balde seja esvaziado. Isso acontece quando evitamos fazer comentários negativos, não zoamos as pessoas, não tocamos nas suas inseguranças e não criticamos;
2. Jogue luz no que está certo: preste atenção e fale sobre o que as pessoas são boas e fazem bem, criando uma corrente de energia positiva que se multiplica e se amplia a cada novo elo;
3. Faça melhores amigos: em todos os ambientes, mas principalmente no trabalho, procure criar amizades reais e intensas. Os estudos mostram que pessoas que tem melhores amigos no trabalho sofrem menos acidentes. Elas são melhor avaliadas pelos clientes e são mais produtivas. Quanto mais melhores amigos, melhor. Estudos mostram que a saúde emocional está ligada a qualidade dos laços emocionais. Uma boa forma de começar é enchendo o balde de uma pessoa desde a primeira vez que você se relaciona com ela;
4. Presenteie inesperadamente: pesquisas recentes mostram que as pessoas preferem os presentes que são inesperados. As evidências mostram que qualquer presente enche o balde de uma pessoa. Porém, os inesperados, enchem ainda mais. E um presente pode ser qualquer coisa que seja valorizado para quem recebe: coisas, informações, atenção, apoio e etc.
5. Contrarie a Regra de Ouro: ao invés de fazer para o outro o que você gostaria que ele fizesse para você, faça para ele aquilo que ele quer que você faça para ele. Lembre-se individualização é fundamental. Para isso, o ponto de partida é conhecer o máximo possível a pessoa de quem você quer encher o balde. Oferecer notas escritas positivas para essas pessoas (gotas) é ainda mais impactante.
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Referência: livro “Seu Balde Está Cheio?” dos autores Donald Clifton & Tom Rath. Editora: Sextante.