Resumo do livro: ‘Elástico’ de Leonard Mlodinow
O livro “Elástico” apresenta o conceito de Pensamento Flexível e como ele pode mudar as nossas vidas na busca por oportunidades relevantes e soluções brilhantes.
É uma leitura essencial para quem se interessa por criatividade ou gestão. Oferecemos por aqui um resumo para você ter os primeiros contatos com as ideias centrais de Leonard Mlodinow. Se te interessar, visite sua livraria preferida e invista nele. Vale a pena.
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Introdução
O fato de 600 milhões de pessoas terem feito download do Pokémon Go em seis meses é um dos sinais da enorme velocidade com que as novidades acontecem e são absorvidas no mundo contemporâneo.
Em média, consumimos 100 mil palavras de novas informações por dia nas diversas mídias, comparado com 28 mil de poucas décadas atrás.
Para lidar com essa situação precisamos aprender a lidar com nosso Pensamento Flexível ou Elástico, que é definido como aquele que nos confere a capacidade de resolver novos problemas e superar barreiras neurais e psicológicas que nos impedem de enxergar para além da ordem existente. É um pensamento de baixo para cima, diferente do analítico que acontece de cima para baixo.
Capítulo 1 – A alegria da mudança
Apesar do senso comum dizer o contrário, os seres humanos não são resistentes a mudança. Somos resistentes a mudanças negativas.
Estudos mostram que mudanças ambientais ocorridas há 135 mil anos atrás selecionaram indivíduos que eram neófilos. E os geneticistas já encontraram os genes responsáveis por essa característica: DRD4. Aqueles que portam esse gene em sua versão mais aguda são chamados de Caçadores de Sensações e são responsáveis pelo desbravamento de novas possibilidades para a humanidade, mas se expõem a um maior nível de risco. E existem vários testes para medir essas características, que mostram, entre outros, que o nível de neofilia diminui com a idade. Outra conclusão é que você pode alterá-la se trabalhar nela.
Capítulo 2 – O que é o pensamento?
Os computadores têm evoluído grandemente no sentido de resolver problemas lógicos, mas ainda parecem muito distantes de criar a partir do nada como fazem os seres humanos.
Para isso as pessoas lançam mão do Pensamento Flexível, que é diferente da Reação Roteirizada, que acontece automaticamente a partir de gatilhos específicos; e do Pensamento Analítico, que tem uma estrutura algorítmica.
O Pensamento Flexível foi a base usada por J.K.Rowling para criar o mundo de Harry Potter e por Chester Carlson para ter a ideia da máquina de xerox. “É o nosso pensamento de baixo para cima e não supervisionado que nos proporciona os inesperados insights e novas maneiras de observar as situações que esses tipos de realização produzem.”
Capítulo 3 – Por que pensamos?
A Dopamina é uma substância ligada ao sistema de recompensa do cérebro, que a evolução cunhou para nos estimular a fazer o que é necessário para nos mantermos alimentados, hidratados e gerando proles.
Pacientes que perderam partes do cérebro ligados ao processo de recompensa perderam a capacidade de tomar decisões simples no ambiente cotidiano. Pesquisas mostram que a sobrecarga de opções têm o mesmo efeito sobre o cérebro. A solução passa pela ideia que Herbert Simon chamou de satisfycing (junção de satisfatório com suficiente).
Outros estudos mostram que a arte e a criatividade têm o efeito de gerar satisfação usando a dopamina e seus mecanismos de produção e interrupção de produção.
O TDAH parece ser um mecanismo desenvolvido pela evolução para estimular as pessoas a buscarem novas possibilidades de obtenção de alimentos.
No período em que ficamos mais assentados isso pode ter sido uma desvantagem, mas com as novas necessidades de tomada de riscos pode estar voltando a ser uma vantagem.
Michel Kirton dividiu as pessoas em “adaptadores” e “inovadores” em função de suas propensões ligadas a questão da inovação.
Capítulo 4 – O mundo dentro do seu cérebro
O cérebro representa o que percebe no mundo através de redes de neurônios interligados. As sobreposições entre essas ligações gera conexões que permitem estabelecer a ligação entre significado e significante.
O estudo das formigas mostra que individualmente elas têm um nível de inteligência muito baixo com algoritmos muito simples e fixo, mas quando atuam em uníssono geram uma inteligência coletiva relevante, mostrando que unidades de comando com comportamentos simples podem gerar grupos de comportamento complexos.
Isso parece ser o que acontece com o cérebro humano de forma ainda mais complexas pois temos muito mais neurônios que existem formigas no formigueiro. Além do que cada neurônio tem conexões muito mais complexas.
Capítulo 5 – O poder do seu ponto de vista
“Resolver problemas e tirar conclusões dentro de uma estrutura existente requer uma mistura de pensamento analítico e flexível. Mas o ato de imaginar uma nova estrutura de pensamento depende muito do componente elástico – com características como a imaginação e o pensamento integrativo.”
“Todos nós desenvolvemos nosso ponto de vista a respeito de temas comuns durante as primeiras décadas de vida ou nos primeiros anos de um novo emprego. Elaboramos uma estrutura para aplicar essas ideias e a utilizamos quando somos chamados a tirar conclusões nessa área.”
“O que torna as charadas tão difíceis é o fato de serem formuladas de propósito para evocar automaticamente a interpretação errada, com pouca ou nenhuma consideração consciente … Como muitos problemas desafiadores, as charadas são dificultadas não pelo que não sabemos, mas pelo que sabemos – ou achamos que sabemos – o que acaba sendo incorreto.”
“Na era atual, questões que exigem a alteração de nossa estrutura de pensamento são mais comuns que nunca. É o que chamamos de mudanças disruptivas – mudanças que exigem novos paradigmas e diferentes formas de pensamento … Hoje, quando os pressupostos do passado estão se tornando obsoletos num ritmo vertiginoso, a capacidade de reestruturar o pensamento é cada vez menos uma exigência para realizações de destaque e cada vez mais simplesmente uma questão de sobrevivência.”
Capítulo 6 – Pensar quando você não está pensando
Uma criação nasce a partir de um desafio. E apesar de respostas simples serem geradas com o funcionamento do cérebro consciente, as soluções geniais frequentemente emergem da conexão incomum entre ideias, que são mais frequentes quando o cérebro está em Modo Default, quando o cérebro executivo não está dirigindo nossos processos de pensamento analítico.
Nesse estado “as redes neurais do nosso pensamento flexível podem vasculhar o enorme banco de dados de conhecimentos, memórias e sentimentos armazenados no cérebro, combinando conceitos que normalmente não se associam e estabelecendo conexões que normalmente não reconheceríamos.
Como nos nossos dias, todos os momentos que seriam Default foram transformados em atenção ao celular, perdeu-se muito do tempo onde o processo de pensamento integrativo poderia reconciliar diversas ideias.
Outra consequência prática é que forçar a barra quando empacado no trabalho pode ser muito menos útil do que dar um tempo fazendo nada ou realizando atividades operacionais e manuais.
Capítulo 7 – A origem do insight
Os insights não são acidentais. “São resultado de um complexo processo com que o cérebro inconsciente se envolve quando o raciocínio lógico consciente fracassa, restrito por regras e convenções comumente aceitas.”
O entendimento do insight foi compreendido a partir do estudo da relação entre o lado direito e o lado esquerdo do cérebro e o entendimento da linguagem como forma de solução de problemas. Quando um problema é colocado dois mecanismos simultâneos começam a gerar soluções. Um, do lado esquerdo do cérebro, começa a gerar soluções lógicas e mais prováveis. Outro, do lado direito, começa a gerar soluções menos prováveis e até absurdas.
Na medida em que as soluções mais prováveis se adequam as menos prováveis são descartadas. Mas a medida em que as mais prováveis não resolvem a questão, o cérebro vai incorporando alternativas cada vez mais amplas. Quando nos forçamos a encontrar soluções lógicas, bloqueamos a ascensão de soluções originais. É por isso que um momento de relaxamento pode trazer, de surpresa, uma solução genial.
Capítulo 8 – Como o pensamento se cristaliza
Os psicólogos chamam de Fixação Funcional a maneira como restringimos o espectro de novas ideias na utilização de uma ferramenta conhecida. Hannah Arendt chamou de Pensamentos Cristalizados as ideias e princípios profundamente arraigados que desenvolvemos muito tempo antes e deixamos de questionar.
Estudos mostram que especialistas mais antigos tendem a não perceber situações e oportunidades não óbvias e, portanto, não criar soluções efetivas ou não convencionais por causa disso. Por isso “depender de uma doutrina fixa é um falso conforto, além de perigoso – se mudarem as condições e a doutrina não mudar, pode haver sérios desastres.” O General Americano Stanley McChrystal diz: “Quanto mais alguém opera sob essa doutrina, maior o perigo de ser moldado por ela.” e “Comandantes fracos buscam respostas pré-elaboradas. Líderes fortes se adaptam.”
Outros estudos mostram que a simples presença do dissenso faz com que pessoas considerem possibilidades mais amplas.
Capítulo 9 – Bloqueios mentais e filtros de ideias
O cérebro consciente precisa filtrar os estímulos que recebe pois consegue processar de 40 a 60 de bits por segundo enquanto apenas o sistema visual absorve 10 milhões de bits por segundo. Além do que o inconsciente humano é muito bom em fazer associações que levam de ideias em ideias e se não houver esse filtro uma pessoa se afoga em pensamentos improdutivos.
O lado negativo é que deixamos de ver oportunidades relevantes e criar soluções brilhantes. No cérebro esse papel é desempenhado pelo Córtex Pré Frontal Lateral para que não pensemos em soluções absurdas para nossos problemas cotidianos (como por exemplo descer uma escada voando ou escorregando). As crianças são mais soltas porque ainda não foram aculturadas para usar essa estrutura que ainda, é pouquíssimo desenvolvida nelas.
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