Mentoria para quê?
Com a necessidade de desenvolvimento contínuo em um mundo cada vez mais complexo, nasceu uma ampla gama de ferramentas para ajudar as pessoas a se transformarem na melhor versão delas mesmas.
Uma dessas ferramentas é a mentoria, ou mentoring para aqueles mais simpáticos ao idioma anglo saxão. Quer entender como a mentoria funciona e de que forma ela pode lhe beneficiar? Continue conosco nesse breve texto.
O que é Mentoria?
A mentoria é, antes de tudo, uma Ferramenta de Desenvolvimento. Uma forma de ajudar a pessoa, geralmente chamada de mentoranda/o (ou mentee, em inglês) a estabelecer objetivos e articular instrumentos para atingi-los. Ela é conduzida por um mentor, que é um expert em alguma área ou alguém com muita vivência em uma organização.
A mentoria é uma forma de acelerar o progresso do mentorando através da transmissão de conhecimentos que podem ser aplicados em uma situação específica. O mentor pode, ainda, dar dicas práticas sobre como transitar na cultura e no ambiente político de uma organização de forma que o mentee seja bem visto e bem sucedido.
Qual a diferença entre Mentoria e Coaching?
Apesar de existirem muitos recursos que podem ser utilizados tanto pela mentoria quanto pelo coaching, existe uma diferença fundamental entre elas.
No coaching a estratégia é ajudar o coachee a encontrar as próprias respostas e mobilizar os seus recursos já disponíveis para atingir seus objetivos. Na mentoria a abordagem é mais diretiva e o mentor aponta os caminhos e atalhos que acredita serem mais úteis para o mentorando, fornecendo os recursos necessários para seu progresso.
No coaching o coach faz perguntas que abrem possibilidades na mente do coachee. Na mentoria o mentor se permite dar mais respostas que vão ao encontro das dúvidas do mentorando. Usando uma metáfora corriqueira, o coach ensina a pescar e o mentor dá o peixe.
E qual a melhor abordagem? A resposta parece evasiva, mas é precisa: depende.
Existem momentos em que há tempo disponível e o cliente tem competências suficientes para andar com suas próprias pernas. Nesses casos o melhor caminho é ajudá-lo a refletir sobre isso. Em outras circunstâncias a melhor alternativa é apontar a direção, ainda que na forma de sugestão ou hipótese.
De forma geral o coaching gera um desenvolvimento mais sustentável a longo prazo. Já a mentoria tem potencial para agregar mais resultados no curto prazo. Importante notar que para ser um coach competente não é necessário entender da área em que atua o coachee pois os recursos utilizados são do próprio cliente. Mas para ser um mentor, em muitos momentos, esse conhecimento específico pode fazer a diferença.
Geralmente, um trabalho de desenvolvimento robusto passa pela utilização de instrumentos característicos do coaching e do mentoring, além de outras perspectivas, tais como o counseling, a consultoria e a tutoria.
Como acontece a Mentoria na prática?
A interação entre mentor e mentee acontece em conversas estruturadas com uma periodicidade variável em função das circunstâncias, disponibilidade e objetivos estabelecidos.
Quando o mentor é contratado pelo mentee com um objetivo específico, as sessões, frequentemente, são semanais. Essas sessões giram ao redor de sessenta minutos com a extensão do processo dependendo da complexidade do objetivo. Isso costuma garantir um ritmo adequado de desenvolvimento.
Quando o mentor é um executivo mais experiente designado pela empresa para orientar um profissional mais jovem, a disponibilidade de agenda do primeiro pode impor a necessidade de encontros mais espaçados.
Em qualquer caso a estrutura básica é parecida. No início a interação tem como propósito identificar o contexto dentro do qual o mentorando está, bem como as suas competências.
Quando o diagnóstico está estabelecido, é hora de definir o que se quer do processo, com a definição de objetivos e parâmetros claros de sucesso.
Aí são definidas estratégias de ação e os planos que materializam tais estratégias. Muitas vezes esses planos dizem respeito a comportamentos que o mentorando deve apresentar para conseguir ser bem sucedido.
Quando tudo isso está em curso o mentor passa a ter um papel fundamental de acompanhar o andamento dos planos, ajudando o mentee a refletir sobre sua performance e dando dicas e guiando as decisões necessárias no cotidiano.
Mentoria na vida pessoal
Uma pessoa pode ter um mentor que o ajuda a encarar a vida pessoal da melhor maneira, aconselhando-a em temas tais como a sua relação com o cônjuge, filhos, amigos e colegas. Esse mentor pode auxiliar em decisões pessoais importantes como mudanças geográficas, viagens, investimentos e etc.
Nesse caso o papel do mentor é transferir as suas experiências para o mentee. Com isso diminui a chance de que ele cometa erros com consequências negativas. Além disso, é muito importante que esse mentor tenha consciência de que as suas recomendações devem levar em conta que o mentee é diferente dele mesmo. Os valores, objetivos e propósitos são distintos.
O objetivo é sempre encontrar a melhor solução para o cliente levando em consideração quem ele é e não mimetizando a realidade do mentor. Algumas pessoas têm em membros mais experientes da família, como avós, pais ou tios, essa figura.
Mentoria na carreira
Nesse caso, o mentee busca no mentor a experiência que ele precisa para tomar decisões relativas a sua trilha profissional: o que estudar, que tipo de empresas buscar, mudar ou não de emprego, que competências desenvolver?
Ter alguém que já tenha vivido as fases da carreira que você está vivendo para lhe dar parâmetros claros de tomada de decisão, pode ser uma forma de evitar erros com o potencial de comprometer ou atrasar a vida profissional.
Nesse sentido, parece ser melhor que o mentor seja alguém da sua trilha de carreira. Ou seja, se você está iniciando uma carreira, por exemplo, na área de marketing, um profissional bem sucedido nessa função pode ser mais adequado. Tomando o cuidado de entender que como o mundo muda muito rápido, aquilo que fez sentido quando o mentor estava iniciando sua própria carreira pode não ser mais o melhor caminho.
Mentoria nas empresas
Esse é um recurso que as empresas têm procurado usar cada vez mais. Elas indicam executivos mais velhos para orientar aqueles que estão dando os primeiros passos, mas que mostram potencial para a trilha gerencial.
Além das orientações como essas citadas acima na Mentoria de Carreira, a mentoria dentro de uma organização tem a função adicional de orientar o mentee sobre como transitar na cultura da organização.
Ou seja, lidar com regras não escritas, com aspectos políticos delicados e até dicas práticas sobre como se comportar em foros específicos ou como lidar com algumas pessoas que requerem cuidados especiais.
Para ser um Mentor
Se você quer ser um mentor, precisa estar consciente de que vai ser muito mais útil se escolher uma área de mentoria na qual você tenha profundo conhecimento e muita vivência. Depois é necessário desenvolver conhecimentos sobre o comportamento humano e estudar técnicas específicas de mentoring.
Os conhecimentos de coaching podem ser muito úteis aqui, pois apesar de serem abordagens diferentes, lançam mão de muitos princípios iguais e muitas ferramentas parecidas. Além do que, quando o mentor entende de coaching ele pode agir de forma a primeiro exaurir as possibilidades que nascem das competências já existentes no cliente antes de começar a oferecer sua própria perspectiva.
Resumindo
A mentoria é uma Ferramenta de Desenvolvimento mais diretiva que o coaching, conduzida por um mentor, em sessões periódicas, com uma estrutura específica e que pode ser aplicada na vida pessoal, profissional ou para apoiar o desenvolvimento dentro de uma organização.
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