Comunicação Não-Violenta – Observações, Sentimentos e Necessidades
A Comunicação Não-Violenta nos convida a focarmos nas Necessidades, com o objetivo de trazer clareza às situações (fatos) e sobre como nos sentimos diante delas, assim como sobre o que fazemos a partir disso (estratégias).
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Sobre Necessidades
Falando das Necessidades Humanas Universais “sede” é um exemplo clássico. Todo mundo tem sede, mas não necessariamente ao mesmo tempo. Não é porque eu estou com sede agora que o outro também tem que estar. Quem disse que tudo tem que acontecer no mesmo instante?
E, nem sempre o que está claro para mim, está também para o outro. Isso pode acabar gerando uma estratégia velada (escondida), porque a necessidade não está clara. É necessário trabalhar o Ego.
Exemplo: No ambiente de trabalho “Clareza” é uma necessidade muito presente. Quando numa reunião da equipe o líder traz a demanda de um novo projeto, para ele, que conversou diretamente com o cliente, a situação pode estar clara. Mas, para os outros integrantes do grupo, não. E, diante de algumas dúvidas que possam surgir na cabeça de cada um ainda durante a reunião ou depois dela, cada qual irá traçar sua própria estratégia. Pode ser que um mais extrovertido já pergunte diretamente ao líder na frente de todos. Já outro, recém-contratado, pode preferir tentar descobrir as respostas por si mesmo ou com colegas depois. E fará isso porque sua necessidade de “pertencimento, mantendo uma boa “imagem” nesse momento é mais importante do que a de ter “clareza” sobre o projeto. Nessa situação, cabe ao líder se antecipar às possíveis dúvidas, trazendo as informações da forma mais clara e ordenada possível, bem como sendo acolhedor para as perguntas que surgirem, sem desqualificá-las.
Sobre Sentimentos e Estratégias
A forma como vemos as situações, julgamentos ou análises que fazemos, irá influenciar nossos sentimentos e percepções quanto às nossas necessidades, se estão sendo atendidas ou não. Nesse momento, saber separar fatos observáveis de julgamentos nos ajuda a termos clareza da situação. E isso nos permite um olhar mais abrangente quando traçamos nossas estratégias, para que contemplem o grupo e não só a nós mesmos. Uma das formas de estratégia mais comum é fazermos Pedidos que, segundo a CNV, são uma maneira colaborativa de negociação.
É importante distinguir Necessidades de Estratégias. Necessidades são Valores Humanos Universais. Já Estratégias são formas de suprir essas necessidades.
Sobre Pedidos x Exigências
Também é fundamental separarmos Pedidos de Exigências. E aqui, a intenção por trás faz toda a diferença. O Pedido na Comunicação Não-Violenta é uma cocriação de estratégias inclusivas, para suprir as necessidades de todos os envolvidos; é uma proposta clara e específica, que dá a chance do outro dizer “não”. A Exigência é uma forma de imposição, dominância e poder e só aceita o “sim”. A exigência pode conter ameaças, punição, retaliação e vingança. Quando ouvimos “não”, se sentimos raiva, não era pedido!
É importante esclarecer aqui que, a pessoa a quem estamos pedindo algo pode ouvir isso como uma exigência, mesmo quando somos claros num pedido. Isso acontece porque não temos como controlar o que é do outro, a forma como ele irá receber nossa comunicação. O que podemos controlar é a nossa intenção e nossa ação (o que dizemos e fazemos). Pensando na intenção, é necessário nos questionarmos “Qual motivação eu quero que o outro tenha para atender meu pedido?” Eu quero que ele faça por obrigação / medo / culpa / … OU colaborativamente, por que realmente vê valor e quer contribuir?
Uma forma de “incluir as estratégias” é perguntarmos para a pessoa que disse “Não”: “O que seria preciso para você vir junto?”
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