Na volta ao Trabalho Presencial Profissionais Sentem os Desafios da Boa Comunicação
Com as habilidades comunicacionais “enferrujadas” após o período de home office, profissionais encontram dificuldades para se adaptar ao trabalho presencial. Especialista dá cinco orientações para desenvolver essas aptidões.
Seja por palavras, gestos, expressões corporais ou faciais, estamos o tempo todo comunicando algo. Isso porque se comunicar é inerente ao ser humano, mas a habilidade de fazê-lo de forma eficiente é adquirida através das vivências do dia a dia. Contudo, depois de dois anos trabalhando exclusivamente de casa, alguns foram, naturalmente, enfraquecendo essa aptidão essencial e a volta ao trabalho presencial tem sido um grande desafio.
A Coach de Pontos Fortes e consultora associada à Ynner, Ana Lúcia Spina, explica que diariamente nos deparamos com oportunidades de conexão. Algumas com pessoas que temos intimidade, outras com pessoas que, de alguma forma, nos deixam desconfortáveis. Essas relações sociais cotidianas estimulam o desenvolvimento das habilidades comunicativas no decorrer da vida. Para ela, a temporada de trabalho remoto freou esse processo.
“Essa distância deixou as pessoas mais acomodadas, se (o profissional) se pronunciasse menos em reunião, estava tudo bem, quando não estava à vontade, não ligava a câmera. Houve recursos que tiraram as pessoas da situação de desafio, então nos acostumamos a ficar mais relaxados”, comenta Spina.
Por essa razão, uma grande quantidade de profissionais têm encontrado dificuldades para lidar com a volta ao trabalho presencial. Com as habilidades comunicativas “enferrujadas”, perceberam que apenas fazer entregas não é suficiente. É necessário saber se expressar. E para isso, Ana Lúcia afirma que não tem outro jeito: é preciso praticar e se desafiar.
“Um jogador de vôlei, por exemplo, aprende as regras do jogo e quanto mais ele treinar, melhor ele joga. Na comunicação não é diferente, também há regras: da etiqueta, da polidez, de ouvir o outro, saber indagar, saber se expor. E é preciso praticar essas regras. A pessoa pode ser muito talentosa, mas se ela não as desenvolve, ela não consegue expressar o que pensa ou o que sabe”, explica.
Cinco dicas para superar os desafios da boa comunicação
Spina ressalta que a boa comunicação é um processo. Não se aprende de uma hora para outra. Sendo assim, ela dá cinco orientações para começar a praticar desde já:
- Cuidado com os instintos na comunicação:
As pessoas tendem a agir no automático. Observe suas emoções e como você fala a partir dessas emoções. Muitas vezes o instinto fala na frente e é preciso freá-lo.
- Aprenda a ouvir:
Saber ouvir não é ficar quieto apenas escutando. É saber interrogar e se mostrar participativo também com a expressão facial. Isso gera grandes possibilidades de comunicação.
- Saber sobre um assunto não é o mesmo que saber falar sobre ele:
Quando estudamos e sabemos sobre um determinado assunto devemos falar antes para nós mesmos sobre ele. Use áudios e/ou vídeos e observe se o que você está falando tem frequência, se faz sentido.
- Não se preocupe em ter que saber tudo:
As pessoas costumam ficar muito preocupadas em ter que saber e opinar sobre tudo. Contudo, devemos ter a tranquilidade de que haverão questões que não serão respondidas. A nossa comunicação deve contemplar aquilo que nos dedicamos a saber. É importante saber não saber e ficar em paz para dizer: “não sei, gostaria de saber, me fala mais sobre isso”.
- Ter constância na prática dos recursos comunicativos:
Não adianta praticar eventualmente, para ser efetivo, é necessário repetir. Sempre entrar em contato com pessoas diferentes e entender que o que entendemos como desafiador, o é porque ainda não sabemos como lidar. Por isso é necessário correr riscos. Isso nos estimula a treinar até estarmos mais próximos do comunicador ou comunicadora que desejamos ser.
Aplicar estas cinco valiosas orientações diariamente certamente elevará a qualidade de comunicação exercida não apenas no ambiente de trabalho, mas na vida. Ainda que não seja de um dia para o outro que a habilidade se consolide, vale a pena se desafiar para ser, a cada dia, uma versão melhor de si mesmo.
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