Resumo do Livro: ‘As 10 Faces da Inovação’ de Tom Kelley
O livro “As 10 Faces da Inovação” revela as estratégias adotadas pela IDEO, empresa de design de Tom Kelley, famosa no mundo inteiro, com sede em Palo Alto, Vale do Silício, para estimular o pensamento criativo e superar o negativismo que sufoca a criatividade. Para tanto, explica os dez tipos ou papéis desenvolvidos, por meio dos quais qualquer empresa pode inovar em diferentes situações.
É uma leitura essencial para quem se interessa por criatividade e inovação, desenvolvimento ou liderança. Oferecemos por aqui um resumo para você ter os primeiros contatos com as ideias centrais de Tom Kelley e Jonathan Littman. Se te interessar, visite sua livraria preferida e invista nele. Vale a pena.
Introdução: Além do Advogado do Diabo
Pesquisa recente do BCG mostra que 9 em cada 10 executivos em cinquenta países acreditam que crescimento por meio de inovação é essencial. Mas a inovação não acontece por combustão espontânea, e precisa ser estruturada. E um dos ingredientes fundamentais nessa estrutura é ter pessoas com competências complementares para impulsionar o sistema. As 10 competências que esse livro destaca estão estruturadas como 10 personas que são:
(1) Antropólogo, que traz novos conhecimentos e insights ao observar o comportamento humano;
(2) Experimentador, que testa novas ideias continuamente e aprende por tentativa e erro;
(3) Polinizador, que explora outros setores e culturas e incorpora insights ao empreendimento;
(4) Saltador de Obstáculos, que supera os sempre presentes desafios para fazer uma inovação progredir;
(5) Colaborador, que articula contribuições vindas de diversas áreas;
(6) Diretor, que compõe elencos talentosos e ajuda a produzir centelhas criativas;
(7) Arquiteto de Experiências, que projeta experiências irresistíveis conectadas as necessidades latentes ou expressas dos clientes;
(8) Cenógrafo, que cria o ambiente físico e estrutural que faz emergir o melhor de cada um e do time;
(9) Cuidador, que zela pelos clientes e os faz sentir especial;
(10) Contador de Histórias, que reforça o moral interno e a conscientização externa através de narrativas arrebatadoras.
Capítulo 1: O Antropólogo
Antes de resolver um problema, a organização precisa saber que problema resolver. O Antropólogo é a persona que olha situações cristalizadas com um olhar de primeira vez e consegue perceber novos paradigmas e novas necessidades, lançando mão da observação profunda e da intuição, enxergando além do óbvio, buscando inspiração em lugares inusitados.
O Antropólogo não busca respostas generalizantes, pois no processo de generalização a natureza humana leva as pessoas a idealizar. A busca é por situações reais e específicas vividas pelas pessoas estudadas.
Uma das técnicas para tal é a gravação em vídeo do cotidiano das pessoas. Uma abordagem complementar é a consulta a livros e revistas em bancas, livrarias ou internet que ampliam a visão sobre realidades diversas.
Fazer perguntas para os clientes também pode ser útil, mas limitado, pois nem sempre os clientes entendem seus próprios desafios e menos frequentemente ainda conhecem as possibilidades para resolvê-los. Observá-los, entendendo suas circunstâncias, valores, crenças e comportamentos pode ser mais rico.
Capítulo 2: O Experimentador
Os Experimentadores trabalham duro com base em uma curiosidade apaixonante e são essenciais ao processo de inovação já que a maioria dos novos produtos de sucesso passaram por muitos fracassos antes de decolarem. E nessa jornada a prototipagem é um ingrediente fundamental, que agiliza o processo e permite a visualização da solução emergente, seja ela um produto ou um serviço. Se vários protótipos forem criados simultaneamente durante essa fase, melhor ainda. Mas para o processo evoluir é fundamental não temer o fracasso e encará-lo como uma forma de aprendizado. Fatiar os riscos, se desenvolvendo em pequenos passos rápidos e iterativos é uma forma de torná-los mais palatável.
Capítulo 3: O Polinizador
Os Polinizadores inovam ao transferir soluções de um contexto para outro e ao conectar ideias aparentemente díspares. A polinização pode acontecer tanto dentro de uma organização com o rompimento de silos, quanto entre empresas do mesmo setor ou até de setores diferentes. Os sete ingredientes da polinização são:
(1) Desenvolver hábitos ou mesmo sistemas de compartilhamento de insights;
(2) Contratar pessoas com antecedentes diversificados;
(3) Criar espaços onde pessoas de áreas diferentes podem se encontrar;
(4) Misturar culturas diferentes;
(5) Promover séries de palestras semanais;
(6) Aprender com visitantes da empresa se interessando com curiosidade genuína por eles e suas atividades;
(7) Trabalhar em projetos diferentes em empresas diferentes com estilos diferentes.
Alguns dos melhores polinizadores são pessoas do tipo T: interesse e visão ampla, mas com uma especialidade profunda. Para quem se interessa por polinizar, viajar com frequência é uma grande ferramenta. Interagir com pessoas de outras gerações é outra fonte importante de visão multidimensional.
Capítulo 4: O Saltador de Obstáculos
Os Saltadores de Obstáculos querem ir além do que foi feito. E têm tenacidade para superar os desafios que se interpõem entre a ideia e a inovação efetiva. E o que não falta na jornada rumo à inovação, são dificuldades. Impostas pelas circunstâncias ou pela resistência de outras pessoas dentro da organização.
Os principais obstáculos nas organizações são:
(1) gente dizendo “atenha-se às suas tarefas”;
(2) a burocracia da empresa;
(3) os fracassos iniciais.
Para enfrentar esses obstáculos são necessárias pessoas com extraordinária resiliência e que não aceita um “não” como resposta.
Capítulo 5: O Colaborador
O Colaborador é alguém que supera os silos que separam departamentos entre si e empresas de seus potenciais parceiros. Para isso é preciso deixar de lado a ideia de quem é o mais importante e entender que a importância vem da soma sinérgica de competências.
Uma ferramenta muito interessante nesse sentido são os Unfocused Groups, formados por pessoas extremamente diferentes apaixonadas pelos produtos e serviços que se pretende desenvolver. É um contraste com os Focus Groups que são bons para aperfeiçoar coisas, mas ruins para explorar novas possibilidades.
Mas não bastam pessoas diferentes e multidisciplinares para fazer emergir soluções surpreendentes. É preciso ter alguém que funcione como cola dos diversos agentes. E esse alguém é o Colaborador. Uma prática interessante que gera essa cola é fazer alguma atividade esportiva junto. E o futebol é um esporte particularmente interessante para se entender a necessidade do trabalho conjunto.
Um exemplo de empresa que surgiu e cresceu através da colaboração é a Whole Food, que enfatiza quatro princípios:
(1) equipes autogerenciadas;
(2) comunicação estruturada e abundante;
(3) compromisso com um trabalho mais divertido;
(4) oportunidade de aprender continuamente.
Capítulo 6: O Diretor
Inspirado no Diretor de Cinema, seu papel é fazer emergir o melhor de cada um e do conjunto para garantir que a inovação aconteça, a partir de sua energia e entusiasmo contagiante. Para isso o contato contínuo é muito importante. Desenvolver uma cultura de brainstorming constante é o ponto de partida. Estabelecer um nome instigante para o projeto estimula muito. Definir as expectativas também. Algo bem prático que o Diretor pode fazer para estimular a criatividade: criar condições para pequenos cochilos.
Capítulo 7: O Arquiteto de Experiências
O Arquiteto de Experiências busca combater aquilo que é comum nos produtos e serviços desenvolvidos. Ele entende a oferta a partir da experiência vivida pelo cliente e quer que essas experiências sejam inesquecíveis. Para isso ele mapeia a jornada do cliente e entende aquilo que é realmente nevrálgico para aquela pessoa, combatendo a monotonia com imaginação, mas sem perder a autenticidade que nasce da identidade da empresa ou marca que sustenta a inovação.
Capítulo 8: O Cenógrafo
O impacto do ambiente de trabalho na capacidade de inovação é enorme, pois existe uma conexão íntima entre espaço e comportamento. As áreas comuns devem ser pensadas para estimular a inovação equilibrando interatividade e privacidade. Além disso, os espaços individuais devem respeitar a individualidade de cada colaborador de forma que eles se sintam confortáveis e energizados. Um outro ponto de atenção é criar pré-condições ambientais para que as ações desejadas aconteçam.
Capítulo 9: O Cuidador
A inovação deve ser pensada como uma forma de cuidar do cliente e fazê-lo sentir-se especial. Esse é o papel do cuidador. Alguém que se preocupa em entender e atender as expectativas de cada cliente, proporcionando uma experiência inesquecível através de serviços extremos. Que equilibram tecnologia com cuidado pessoal personalizado.
Capítulo 10: O Contador de Histórias
A importância das histórias remontam tempos distantes. Foi através delas que os seres humanos transmitiram conhecimentos, ideias e valores durante muito tempo. E por isso elas fluem naturalmente e eficientemente entre nós.
As histórias:
(1) constróem credibilidade;
(2) liberam fortes emoções;
(3) dão permissão para explorar temas controvertidos;
(4) reforçam o ponto de vista do grupo;
(5) criam heróis;
(6) fornecem vocabulários para a mudança;
(7) ajudam a criar ordem no caos.
E as organizações que sabem tirar proveito delas ganham muito, em diversas áreas: para entender a jornada do cliente, para difundir uma ideia dentro da organização, para anunciar um produto para o mercado.
Capítulo 11: Em Conjunto
Quando cada um desses papéis está ativo em uma organização a inovação tende a fluir. Mas a ideia não é ser excelente em todos. Assim como no decatlo olímpico a ideia é ser excelente em poucas áreas e ficar na média em outras. Algumas dicas vindas do esporte são:
(1) Alongue-se para ser forte (ou cultive a flexibilidade na organização);
(2) Seja persistente (mantendo as personas de inovação em constante desenvolvimento);
(3) Jamais se renda (fazendo com que o aprendizado das personas seja contínuo);
(4) Dedique-se ao jogo mental;
(5) Enalteça os treinadores (encontrando alguém que o estimule para se apoiar).
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