Transformando Frustração em Ação: Como Preparar a Equipe para Receber Feedbacks
Quando bem trabalhada, a ação pode se tornar uma poderosa ferramenta de desenvolvimento.
Se empenhar para desenvolver uma tarefa no trabalho e, no fim, não receber o feedback exatamente como o esperado pode ser motivo de frustração para algumas pessoas. Afinal, a ideia de correção soa, para muitos, como crítica, inviabilizando que estes alcancem o que de fato este ato significa: uma oportunidade para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Contudo, esta compreensão pode ser moldada quando bem gerida pelo líder. A preparação da equipe para entender como receber um feedback, seja positivo ou corretivo, é um grande desafio para os que entendem a importância de estar atento ao desempenho de cada um de seus liderados.
A coach de Pontos Fortes e consultora associada a Ynner, Vanessa Carvalho, comenta que alguns fatores podem contribuir para que o momento de feedback seja encarado com tensão. Segundo ela, o primeiro ponto é bem simples: naturalmente, as pessoas não gostam de errar, pelo contrário, gostam de fazer bem e serem bem avaliadas por isso.
O segundo ponto está relacionado ao ambiente preparado – ou não – pelo líder. Vanessa explica que um ambiente pouco acolhedor, onde não há confiança e os feedbacks são sempre utilizados de forma corretiva, os colaboradores tendem a vivenciar esse momento em uma posição defensiva, pouco abertos para mudança.
“É necessário entender que feedback não é bronca, é uma ferramenta de desenvolvimento, então, quando parece que o líder só tem tempo e disposição para conversar quando tem algo errado, a situação tende a ser tensa”, observa Vanessa.
Então, como preparar a equipe para esse momento? Vanessa dá as dicas de ouro para gestores e líderes que desejam otimizar o desempenho dos seus liderados através do uso de feedbacks como ferramenta.
Construa previamente o ambiente ideal
É primordial que seja criado um ambiente e um clima agradável de confiança. Essa é uma construção feita no dia a dia. Como estímulo, o líder também pode – e deve – se humanizar e demonstrar que também têm vulnerabilidades.
Invista em feedbacks positivos
Alguns líderes não usam esse momento como uma oportunidade para desenvolvimento, o que é percebido pelo funcionário. Trabalhar corretamente o feedback significa utilizar esse recurso com frequência, sobretudo os positivos. Quanto mais feedbacks positivos, mais será possível legitimar um feedback corretivo sem frustrações por parte do liderado. Vanessa sugere uma proporção de cinco retornos positivos para um corretivo.
Desenvolva a capacidade de dar Feedbacks
Com humildade, o líder precisa buscar desenvolver sua capacidade de dar feedbacks. Isso porque tanto o positivo quanto o corretivo devem ser bem estruturados e embasados. Alguns líderes tendem a reproduzir as experiências que tiveram com feedbacks, sem buscar um aprimoramento, e essa pode não ser uma boa ideia.
“No momento da conversa, é primordial estimular um ambiente tranquilo e amigável, não apenas no escritório, como também em um almoço ou café, desde que não estejam acompanhados”, explica Vanessa.
A coach de Pontos Fortes ressalta que o primeiro ponto a ser trabalhado é o alinhamento de expectativas entre líder e liderado. Neste momento, é explicado o que a empresa espera e, a partir disso, deve-se perguntar a visão do liderado quanto a sua performance. Após isso, serão analisados os resultados. Segundo Vanessa, é importante que esta conversa seja feita embasada em dados e fatos, nunca a partir de opiniões pessoais ou julgamento de intenções do colaborador.
Ao final, a conversa deve guiar para a compreensão e estabelecimento de ações concretas. Carvalho chama a atenção para o fato de que apenas a intenção não é suficiente. É necessário elaborar um plano de ação e traçar especificamente quais atitudes serão tomadas, algo que seja possível observar de fato.
“O feedback existe para ser uma oportunidade de desenvolvimento, deveria ser usado apenas para isso. É uma ferramenta importantíssima que, quando bem estruturada, pode gerar mudanças significativas”, finaliza.
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