Como Ser Criativo: Desperte a criança no profissional que há em você
Em entrevista para a EXAME.com, pude falar sobre o trabalho que desenvolvo para a Ynner Treinamentos e, não por acaso, um dos assuntos que mais gosto de abordar na minha vida profissional: a criatividade e como ser criativo.
Como ser criativo? Conexões Incomuns
Gosto de definir o ser criativo como ter a capacidade de criar conexões incomuns. Geralmente, os melhores resultados nascem de um olhar inusitado ou de associações inesperadas. Por isso, muitos dos treinamentos que ofereço pela Ynner são inspirados no universo infantil, pois as crianças, por estarem ainda elaborando o mundo, são mestres em estabelecer tais conexões insólitas.
A ideia é se afastar momentaneamente do turbilhão corporativo e praticar atividades divertidas e relaxantes. Uma vez que nos afastamos do problema, no momento em que relaxamos, a resolução aparece. O fato é que o nosso cérebro ainda estava trabalhando no desafio, só é algo que não percebemos de forma consciente. É a chamada iluminação, quarta fase do processo criativo.
A criatividade também pode ser organizada: ela possui fases
Também fui entrevistado pela repórter da Revista Vem Viver, publicação da Central Nacional da Unimed, quando pude destrinchar sobre as demais fases, que podem ser definidas da seguinte forma:
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Preparação: É o momento em que o desafio surge, o instante em que alguém apresenta um problema ou um desafio;
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Imersão: É a fase da pesquisa, de buscar referências para resolver o dilema;
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Iluminação: É o instante mágico em que a ideia surge. Acontece principalmente quando nos afastamos momentaneamente do processo;
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Avaliação: É a hora de analisar se a ideia é realmente possível e se atende plenamente à necessidade;
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Implementação: O criativo pode precisar de ajuda para colocar a ideia em prática. Numa empresa, vale misturar os dois tipos de funcionários: o idealizador e o realizador.
5 Dicas para você explorar ao máximo o seu lado Criativo
Para finalizar, ambas as repórteres me pediram que eu elencasse as melhores dicas para estimular a criatividade, que foram publicadas resumidamente. Sendo assim, escrevo-as na íntegra neste artigo para que você, leitor, possa explorar seu lado criativo ao máximo:
1. Brinque
Brincar não é falta de seriedade, ao contrário do que se preconiza no mundo corporativo. Sentir-se à vontade para transformar as barreiras do dia a dia em histórias engraçadas transforma essas barreiras em portas. E é por elas que chegam as soluções criativas e inesperadas. A descoberta de que a saída estava tão perto da gente e que uma simples brincadeira com a situação a revelou é encantador. Os gregos antigos já diziam que devemos olhar nossa tragédia nos olhos. Coloque uma pitada de bom humor aí e pronto. Tudo ganha cor, sentido e se revela.
2. Desenhe
Ok, você vai dizer que os traços não são a sua praia. Pois saiba que a maioria das pessoas que faz essa afirmação sequer tentou desenhar na vida. E se tentaram, desistiram na primeira “casinha” que, digamos, não era assim um primor. Na verdade, a mensagem aqui é um pouco mais profunda. O que quero dizer é: desenvolva sua sensibilidade através da arte. Pode ser pela pintura, pela música, pelo teatro, pela literatura. Quando encontra giz de cera em um restaurante, alguém está tentando lhe dizer para divagar e rabiscar o papel em branco à sua frente. “Divagar e sempre”, como disse Millôr Fernandes. Que tal pelo desenho? Aposto que você irá se surpreender com o que pode fazer.
3. Liberte-se: espontaneidade é você autêntico
É difícil, dentro dos modelos atuais, sentir-se à vontade para sermos nós mesmos. A sociedade e, claro, a cultura de cada organização nos coloca diante de “polices invisíveis”. Fica estrategicamente implícito que devemos agir assim e “assado”, que é de bom tom, que a tal “companhia” aprecia. Aliás, quando querem nos dar uma notícia não tão boa, já notou que nunca é o responsável, mas sim essa entidade abstrata? Bom, tomara que esse não seja o seu caso e que haja espaço para a espontaneidade onde você trabalha, além do papo na máquina de café. As ideias inovadoras surgem nas atmosferas espontâneas. E por falar em inovação, não é exatamente essa a pauta atualmente?
4. Pense bobagens
As crianças são assim e, de vez em quando, no auge da sinceridade, dizem algo a respeito de alguém que nos deixa mortos de vergonha, mas, ao mesmo tempo, lá no fundo, emocionados com tal precisão. Sim, esse tópico refere-se diretamente ao que falamos acima. A espontaneidade, quando evolui, provoca um constante brainstorming em relação ao mundo. E é dela que nascem as invenções revolucionárias. Pode ler a biografia dos grandes gênios e criadores. Está lá a prova. A sensibilidade para garimpar entre as coisas malucas que pensamos é o que move o universo. Da quantidade sai a qualidade. Pensou besteira? Ótimo.
5. Questione o mundo
Posso lhe fazer uma pergunta? Você conhece o poder das perguntas? Pois saiba que em algum momento da nossa vida, perdemos aquele hábito essencial da infância de querer saber sobre tudo. Por que? O que? Como? Pois experimente. Você vai se admirar ao descobrir que a criatividade nasce de perguntas e não necessariamente de respostas. Do pensamento divergente e não do convergente. Quando nos tornamos adultos, parece que perguntar é alegar uma suposta ignorância. Em reuniões, queremos parecer inteligentes e ter respostas para tudo. Alguns preferem a omissão à exposição. Para praticar, vamos terminar com uma pergunta: que tal trazer de volta a curiosidade que você tinha quando criança?
Esse assunto foi abordado por Tadeu Brettas, consultor da Ynner, na editoria Carreira da EXAME.com e na revista VEM VIVER, publicação mensal da Central Nacional da Unimed. As matérias podem ser acessadas por meio dos links:
http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/7-atividades-para-quem-quer-ou-precisa-ser-mais-criativo
http://www.unimed.coop.br/portalunimed/flipbook/cnu/revista_vem_viver_ed6/