Desenvolvimento de Soft Skills e Home Office: é Possível Conciliar?
Estudos indicam que tão importante quanto o desempenho técnico é lapidar as competências interpessoais, mas como desenvolver essas habilidades em trabalho remoto?
O trabalho remoto veio para ficar. Após quase dois anos de home office devido ao isolamento social decorrente da pandemia causada pelo Covid-19, as empresas foram se adaptando ao formato e, por fim, muitas optaram por permanecer assim. Algumas corporações adotaram o esquema de rodízio entre funcionários, o chamado trabalho híbrido. Outras já operam com 100% dos seus colaboradores em casa. Porém, se muitas das demandas do dia a dia do trabalho foram sanadas através do uso da tecnologia, uma ainda patina: o desenvolvimento pessoal e comportamental, ou, mais especificamente, das chamadas soft skills.
Segundo um estudo realizado pela Gallup, 91% dos empregadores concordam que para obter sucesso em suas empresas, a capacidade demonstrada de um candidato de pensar criticamente, comunicar-se com clareza e resolver programas complexos é mais importante do que seu curso de graduação. A pesquisa deixa evidente que tão importante quanto demonstrar desempenho técnico é a lapidar as competências interpessoais. Porém, trabalhar o dia inteiro acompanhado apenas de um computador, ainda que seja prático do ponto de vista das entregas, têm dificultado a prática das habilidades sociais a esses profissionais.
Como Yuri Trafane, diretor e head de projetos da Ynner, explica, as soft skills também são chamadas por alguns de competências comportamentais, competências relacionais ou competências humanas. E como tudo dessa natureza, fica mais desafiador à distância. Por isso, ele alerta que as empresas, sobretudo os líderes, devem se atentar a esse aspecto e capacitar seus funcionários para que interajam melhor e entendam como fazer isso à distância.
Trafane acredita que o ponto de partida para que profissionais que estão permanentemente em trabalho remoto possam desenvolver essas habilidades e competências, é se envolver em treinamentos sobre o tema. Para ele, na medida em que essas pessoas participam de eventos de aprendizado das soft skills, ficam mais atentas e criam condições de se desenvolver melhor com relação a elas. Mas alerta que o verdadeiro aprendizado só acontece no dia a dia, através da prática intencional. Isto é, praticar com o objetivo de se desenvolver. “Em cada interação se perguntar: como foi? o que deu certo? o que eu poderia ter feito diferente? como me senti? como fiz o outro se sentir?”, explica.
Yuri ressalta ainda que é possível ir além, lançando mão da chamada prática deliberada, que ocorre, principalmente, com a ajuda de um agente externo de apoio. “Um coach, por exemplo, que ajuda cada profissional a pensar sobre as suas competências comportamentais de uma forma estruturada e rumo a objetivos específicos. Melhor ainda se esse coach usar a metodologia dos pontos fortes, muito mais impactante e efetiva. Conhecendo os próprios talentos, valorizando-os e aprendendo a usá-los é possível criar um jeito próprio de desenvolver as Soft Skills de forma personalizada”, argumenta
O CEO da Ynner afirma ainda que, na medida em que o profissional se relacionar com as outras pessoas da empresa, mesmo que de forma remota, ele tornará as suas novas competências visíveis. E, ao fazer isso e demonstrar que está buscando se desenvolver, a sua credibilidade na área tende a aumentar. De forma remota, ou não, o essencial é buscar o aprimoramento de suas habilidades constantemente.
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