Empresas mais Diversas Tendem a ser mais Competitivas
“É muito gasto de energia para se esconder e não ser quem você é”
Fundadora de startup focada em soluções para a diversidade fala sobre mercado e inclusão, e afirma que empresas mais diversas tendem a ser mais competitivas.
Há um pensamento que diz: “quando entrar em um trabalho, leve tudo de você”. Nada mais correto, afinal, cada pessoa carrega singularidades capazes de agregar fortemente para o bom andamento de empresas e seus projetos. Uma vez que o profissional se sente confortável para colocar tudo de si em seu dia a dia de trabalho, todo mundo tem a ganhar.
Contudo, essa não é uma realidade para alguns grupos. Uma pesquisa do Center Talent for Innovation revela que 61% dos profissionais escondem de colegas e gestores a sua orientação sexual e/ou a sua identidade de gênero. Isso acontece porque a hostilidade para com pessoas LGBTQIAP+ ainda é uma realidade nos ambientes corporativos, sendo uma barreira já no processo seletivo.
Diante desse cenário e após enfrentar dificuldades no mercado, a palestrante e empresária Maíra Reis percebeu a demanda e fundou a camaleao.co, uma startup focada em soluções para a diversidade. Foram quase dois anos auxiliando informalmente pessoas LGBTQIAP+ a serem realocadas no mercado de trabalho. Nesse período, ela conta que conseguiu conectar uma pessoa trans ao processo seletivo de uma rede de hotéis e, uma semana depois, soube que a mesma foi contratada como assessora de imprensa. Foi então que ela decidiu, de fato, dar início à plataforma que conecta profissionais à empresas.
O aumento da representatividade nos processos seletivos e contratações é benéfico não apenas para os profissionais, mas também para as corporações. Isso porque empresas que estimulam e estão abertas às diferenças e singularidades de seus colaboradores ganham com a beleza da construção sob os diversos olhares, além de não deixarem escoar grandes profissionais.
“É muito gasto de energia para se esconder e não ser quem você é. E, na real, quem mais perde é a empresa porque com tantas outras companhias oferecendo um ambiente seguro para você ser você mesmo, então… A pessoa não vai parar ali”, comenta Reis.
Por isso, Maíra acredita que corporações abertas à diversidade se tornam naturalmente mais competitivas. Mas, ressalta que essa construção não pode parar no recrutamento e deve se estender também na execução plena das políticas internas e engajamento da liderança. Para ela, o desafio mora nas etapas posteriores à contratação, como um onboarding inclusivo e a parceria da liderança nesse processo.
Quando esse processo se torna realidade dentro da empresa, o profissional se sente seguro para ser quem é e poderá desenvolver plenamente as suas competências. Por isso, é de extrema importância a construção de um ambiente seguro (safe environment), respeitoso e inclusivo. Apenas assim cada indivíduo poderá, de fato, levar tudo de si para o trabalho e coisas grandes acontecerão.
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