Resumo do Livro “Criando Grandes Escolhas” de Jennifer Riel e Roger Martin
Quando se trata de nossas escolhas mais difíceis, pode parecer que fazer concessões é inevitável. Mas e aqueles momentos cruciais em que aceitar a compensação óbvia não é bom o suficiente?
O que fazemos quando as escolhas à nossa frente não nos dão o que precisamos? Nesses casos, em vez de escolher a opção menos pior, podemos usar os modelos à nossa frente para criar uma resposta nova e superior. Isso é pensamento integrativo.
Preparamos por aqui um resumo para você! E se gostar, corra para a sua livraria favorita!
Prefácio: A Mente Opositiva.
Os dedos opostos nas mão do ser humano permitem gerar uma tensão entre forças opostas que nos dá a capacidade de manusear objetos de uma forma fundamental para que tivéssemos evoluído como espécie. Inspirado por essa ideia, Roger Martin reflete que quando conseguimos manter duas ideias opostas na mente, podemos gerar uma tensão positiva com o potencial de levar a soluções superiores, num processo que ele batizou de Pensamento Integrativo.
Isso acontece através de quatro grandes etapas:
(1) ampliação da visão sobre o problema;
(2)exploração de relações complexas das variáveis do problema;
(3) estruturação do problema com disciplina e foco;
(4) atingimento de uma solução criativa. Dois dos pilares conceituais mais importantes para essa abordagem são: a economia comportamental com seu processo não racional de tomada de decisão e o design thinking.
Parte 1: Em Teoria.
Capítulo 1: Pensamento Integrativo.
Geralmente, quando estamos diante de um problema, fazemos escolhas automáticas, aceitando o caminho que as circunstâncias nos oferecem, ou escolhemos entre opções evidentes em um processo mais avaliativo que criativo e que, geralmente, endereça mais os sintomas do que as causas de tal problema.
Mas se questionarmos esse mindset e desenvolvermos uma metodologia mais dinâmica podemos criar novas alternativas que têm a capacidade de resolver de uma forma melhor os nossos desafios.
Capítulo 2: Como Escolhemos.
É através da mente que entendemos o mundo. Mas ela funciona menos como uma janela e mais como um filtro que simplifica o mundo altamente complexo em que vivemos de forma que não fiquemos sobrecarregados. Entretanto, as pessoas se iludem e acham que aquilo que têm em mente é a realidade e não apenas um modelo dela. Não se dão conta que têm apenas um mapa e ficam achando que estão diante do território em si.
E é importante entender que nossos modelos mentais são:
(1) Implícitos de forma que não nos damos conta de que eles subsidiam nossa visão de mundo e as decisões decorrentes;
(2) Manipuláveis, já que muitos estudos mostram que pequenas alterações nos insights geram grandes mudanças nas nossas reações;
(3)Resistentes, pois mesmo quando somos colocados diante de informações inequívocas, resistimos à mudança e criamos estratégias de racionalização para confirmar nossas crenças iniciais;
(4)Simplistas, pois nossa mente busca gastar o mínimo de energia possível em modelos elementares;
(5) Específicos, na medida em que são construídos para lidar com circunstâncias pontuais (embora acreditemos que podemos generalizar bastante). Tudo isso aumenta a probabilidade de tomadas de decisões equivocadas nas organizações, que seguem modelos lineares e que buscam uma única resposta certa para os problemas ao invés de provocar discussões mais profunda e divergências de ideias para fazer emergir soluções mais consistentes pela tensão entre perspectivas distintas, que: explicitam os modelos mentais diferentes, ajudam a enxergar o ponto de vista do outro e criam espaço para a criatividade.
Capítulo 3: Uma Nova Forma de Pensar.
Existem três princípios, que se aplicados, nos ajudam a tomar melhores decisões, mitigando o risco de sermos iludidos pelos nossos modelos mentais: (1) Metacognição, ou pensar sobre o pensar, pois na medida em que nos damos tempo para refletir sobre como nossa mente nos levou às nossas crenças, conseguimos trazer maior precisão e clareza para as decisões; (2) Empatia, que é a capacidade de, genuinamente, procurar entender como os outros pensam e se sentem, pois ao acessar a perspectiva do outro ampliamos o nosso espectro de possibilidades e nos desenterramos de crenças limitantes; e (3) Criatividade, que não é apenas para artistas, mas para todos que querem resolver problemas e passam a acreditar que é possível criar novas formas de fazer algo conectando conceitos aparentemente díspares.
Parte 2: Na Prática.
Capítulo 4: Uma Metodologia.
Para ajudar aqueles que querem aplicar o pensamento integrativo os autores desenvolveram uma metodologia baseada em quatro pilares: (1) Articular os Modelos, entendendo o desafio e os modelos opostos com maior profundidade; (2) Examinar os Modelos, definindo os pontos de tensão, premissas e as relações de casa e efeito; (3) Explorar as Possibilidades, pensando em caminhos para a integração das perspectivas extremas; e (4) Desenvolver os Protótipos, testando e refinando iterativamente as possibilidades.
Capítulo 5: Articulando Modelos Opostos.
Para articular os modelos opostos através dessa metodologia devemos seguir quatro passos: (1) Definir o Problema em uma declaração curta e clara que capture a essência do problema a ser resolvido; (2) Identificar os Modelos Opostos, pois essa é uma forma poderosa de organizar as ideias e seguir em direção a uma solução; (3) Descrever os Modelos, explicando em poucas frases, tópicos ou figuras como cada um funciona na prática; e (4) Incluir outras perspectivas além da sua, focando apenas nos aspectos positivos e colocando as conclusões em um template.
Capítulo 6: Examinando os Modelos.
Nessa fase do processo o objetivo é entender os modelos com profundidade suficiente para alavancar a resposta integrativa. Para isso o caminho é mergulhar fundo nos benefícios de cada modelo. Primeiro nós mergulhamos nos pontos de tensão; aqueles que são difíceis de reconciliar. Depois nós olhamos para as premissas; ideias que sustentam os benefícios do modelo. Por fim analisamos relações de causa e efeito.
Capítulo 7: Gerando Possibilidades.
Existem três grandes caminhos para criar caminhos integrativos nessa metodologia: (1)Escolher um elemento fundamental de cada modelo oposto e conciliá-los através da pergunta:como criar um novo modelo que nasce de um pilar central de cada um dos modelos opostos e abandonar o resto dos outros modelos? (2) Usar um modelo como um todo e agregar um elemento importante do modelo oposto através da pergunta: sob que condições poderia uma versão mais intensa de um modelo gerar um benefício vital para o outro? (3) Usar os dois modelos inteiros simultaneamente compatibilizando-os através da pergunta: como o problema poderia ser fragmentado de forma que cada modelo possa ser aplicado inteiro para partes diferentes do problema?
Capítulo 8: Acessando o Protótipo.
É impossível comprovar que novas ideias terão sucesso no futuro. Afinal todos os dados analisáveis, por definição, vêm do passado. Por isso as empresas se sentem presas em um dilema entre se jogar no desconhecido ou se agarrar àquilo que já foi testado. Mas existe uma terceira opção: construir produtos mínimos viáveis, prototipá-los e testá-los. Do ponto de vista prático a prototipagem acontece, principalmente, através de três abordagens: (1) Storytelling já que as histórias são as formas mais naturais e impactantes para os seres humanos entenderem situações, principalmente, as complexas; (2) Visualização, convertendo ideias em imagens, já que as pessoas entendem melhor essa linguagem; e (3) Modelagem Física para que as pessoas possam ter contato com modelos tridimensionais daquilo que será testado. Com base em um ou mais desses elementos deve-se interagir com o cliente, entendendo suas reações, aprendendo e evoluindo iterativamente o protótipo.
Capítulo 9: Um Jeito de Ser no Mundo.
Nossa capacidade de usar o pensamento integrativo está grandemente baseada em nossa postura, definida assim: como você vê o mundo ao seu redor, mas também como você vê a você mesmo nesse mundo. Para pensar de forma integrativa você precisa começar entendendo que o mundo é complexo e que para entendê-lo usamos modelos simplificados que não correspondem a realidade como ela é. Com base nisso você precisa se dar conta que pessoas diferentes entendem o mundo de formas diferentes e que essas diferenças representam oportunidades para melhorar os nossos modelos. E por fim é importante acreditar que para melhorar nossos modelos chegando a novas respostas para os problemas que temos, precisamos nos abrir mentalmente para novas perspectivas. Tudo isso acontece na medida em que você se dá conta dos seus papéis: ter clareza sobre seus próprios pensamentos, questionando-os continuamente; investigar modelos opostos e entendê-los genuinamente; e procurar pacientemente respostas para resolver a tensão entre ideias opostas no mundo.
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Referência: livro “Creating Great Choices” de Jennifer Riel e Roger Martin. Editora: Harvard Business Review Press.