Resumo do Livro “Humor, Seriously” de Jennifer Aaker e Naomi Bagdonas
O humor e o riso estão entre as ferramentas mais valiosas que temos à nossa disposição para fortalecer laços e relacionamentos, difundir o estresse e a tensão, aumentar a resiliência e atuar quando as apostas são altas. Veja como infundir mais humor e leveza em seu trabalho e vida.
Preparamos por aqui um resumo para você! E se gostar, corra para a sua livraria favorita.
Introdução: Peso e Leveza.
As pesquisas vêm mostrando que o humor pode ser usado para ajudar a realizar coisas sérias. E que essa ferramenta é sub utilizada no ambiente de trabalho contemporâneo. Quando você para de se levar muito a sério, alivia o stress, cria mais conexões significativas com seus colegas, e abre sua mente para soluções mais inovadoras. Esse livro foi escrito para ajudar a mudar isso: apresentando os benefícios do humor nas nossas carreiras, negócios e vidas a partir dos insights vindos da ciência do comportamento. O objetivo é misturar essa área do conhecimento humano com princípios vindos da comédia e aplicar de forma útil no mundo dos negócios. A ideia não é transformar as pessoas em humoristas, mas trazer mais leveza e autenticidade para o ambiente organizacional e para as relações de forma geral.
Capítulo 1: A Barreira ao Humor.
O senso de humor é como um músculo, que atrofia quando não utilizado. E as evidencias mostram que no universo organizacional esse músculo anda bem atrofiado. É verdade que existe uma tendência geral nesse sentido: pesquisas da Gallup mostram que a quantidade de riso de uma pessoa cai continuamente ao longo da vida; até os 80 anos, quando começa a subir novamente. O que é bastante improdutivo, já que tudo indica que nós precisamos de mais autenticidade e conexões humanas nas empresas. Mas o que está atrapalhando mais leveza no ambiente de trabalho são alguns mitos, entre os quais, quatro se destacam: (1) a crença de que o humor não tem lugar no ambiente de trabalho; um paradoxo, já que pesquisa da Robert Half International mostra que 94% das empresas reportam preferir colaboradores com senso de humor e 84% dizem que seus colaboradores com senso de humor fazem um trabalho melhor. Além do que, a maioria dos liderados dizem querer líderes mais autênticos e humanos. Que sejam inspiradores, mas falíveis; (2) o medo paralisante de tentar ser bem humorado e falhar, o que não deveria gerar preocupação, pois mesmo comentários bem humorados que não fazem as pessoas rirem, geram credibilidade e sensação de competência, desde que sejam apropriados (quando ofensivo de alguma forma, o humor é realmente perigoso, mas mesmo nesse caso, há formas de se recuperar dos escorregões); (3) a confusão entre usar humor e ser engraçado, já que as coisas são diferentes: ser engraçado é uma forma de usar o humor, mas o importante é ter “senso” de humor e trazer leveza para as relações, por exemplo, rindo das graças dos outros, deixando o ambiente mais leve ou sorrindo com frequência. (4) a crença de que o humor é uma competência inata e que você não pode melhorar nela, quando na verdade todos podemos aprender a usar melhor o humor, apesar, é claro, de existirem pessoas que fazem isso com mais naturalidade e facilidade. Para concluir é importante notar que existem diferentes estilos de humor em função de duas dicotomias: expressividade x sutileza e agressividade x inclusão. O humor agressivo/expressivo é chamado stand up; o humor inclusivo/sutil é chamado fofo; o inclusivo/expressivo é o magnético; e o agressivo/sutil é o atirador. Ao entender o seu estilo mais natural e aprender a invocar os outros estilos nos momentos certos, você pode evoluir para usar o humor da melhor forma possível na vida e no trabalho.
Capítulo 2: O Humor no seu Cérebro:
Quando nós rimos nosso cérebro libera um coquetel de hormônios que nos faz sentir mais felizes (dopamina), mais confiáveis (oxitocina), menos estressados (abaixando o cortisol) e até ligeiramente eufóricos (endorfina). Trazendo o humor para nossas interações profissionais servimos nossos colegas e a nós mesmos desse poderoso coquetel que os estudos mostram estar ligado a quatro importantes recursos: (1) Poder: quem usa o humor é mais lembrado, percebido como tendo maior status e sendo mais inteligente. Além do que, quando usado numa negociação o humor aumenta a disposição do interlocutor ceder mais. (2) Conexão: quando o humor está presente as conexões acontecem mais rapidamente, as pessoas confiam mais umas nas outras e os relacionamentos duram mais; (3) Criatividade: o humor estimula o pensamento criativo, a agilidade mental, a capacidade de enxergar as situações por perspectivas não convencionais e cria a sensação de segurança psicológica, tão importante para a inovação; (4) Resiliência: o humor tem ainda o poder de diminuir a tristeza em momentos de pesar; aliviar o stress e até fortalecer a saúde do coração.
Capítulo 3: A Anatomia da Graça.
Algumas técnicas desenvolvidas pelos humoristas podem ajudar as pessoas a serem mais engraçadas. Tudo começa com dois princípios: (1) no coração do humor está a verdade, pois nós só rimos daquilo que constatamos como real em nossas vidas, então comece observando o que está acontecendo; (2) todo humor contém algum nível de surpresa e confusão, por isso, busque as incoerências e paradoxos naquilo que se apresenta. Depois pratique através de quatro passos: (1) observe o mundo e a sua vida em busca de realidades que guardem incoerência, emoções fortes, opiniões marcantes, dor e prazer; (2) construa o humor exagerando, criando contrastes, indo no detalhe, fazendo analogias, rompendo padrões e pensando em consequências inesperadas; (3) preste atenção em oportunidades de usar suas melhores histórias, construir sobre aquilo que está acontecendo no momento presente e fazer referência ao que já ficou divertido; (4) use técnicas para trazer graça: pausa dramática, imitações, falas dramatizadas, autenticidade e confiança.
Capítulo 4: Colocando sua Graça em Ação.
Em última instância, o objetivo não é contar piadas nem ser engraçado, mas trazer mais humanidade para as conexões cotidianas, alavancando a eficácia, a produtividade e diminuindo a chatice. E isso pode ser feito através de pequenos ajustes na forma de interagir. Em primeiro lugar, começando as interações de forma leve e sinalizando através de todos os indicadores possíveis o desejo de ser agradável. Depois, se comunicando com leveza e falando uma linguagem menos “business” e mais humana, e também escrevendo de uma forma mais descontraída mesmo nas comunicações oficiais. O bom humor também pode ser usado para lidar com momentos desafiadores, como dar um feedback difícil através de uma brincadeira, reconhecer os próprios erros de forma afiada, ou enviar um email de saída da empresa com algumas referências a situações bem humoradas. A persuasão também pode ficar mais fácil através do bom humor, usando estratégias afiadas e personalizadas para cada situação. Sem contar que em clima de brincadeira é mais fácil estimular a criatividade nas pessoas, fazendo coisas como, por exemplo, um brainstorm de ideias ruins. Contratar humoristas para brincar com situações que você quer resolver, também pode ser um caminho para abrir portas na mente.
Capítulo 5: Liderando com Humor.
Em tempos difíceis o humor é ainda mais importante (e inesperado). E se existe uma figura importante para ajudar as pessoas e organizações a lidarem com tais momentos, essa figura é o líder. O desafio é grande já que muitas pesquisas mostram que a maioria das pessoas não confia nos seus líderes. Mas o benefício também é grande, pois em ambientes onde existe essa confiança os resultados são muito maiores. E qual a melhor forma de estabelecer uma relação de confiança atualmente? Não é mais através de líderes heróicos. Muito pelo contrário. O que gera confiança é a percepção de que um líder é humano, falível e autêntico. Um líder que tem vulnerabilidades como todos nós. E uma forma de falar sobre a própria vulnerabilidade é através do humor. Uma certa autodepreciação equilibrada é bem vinda. Na medida em que os colaboradores de uma organização percebem tais vulnerabilidades autênticas em seus líderes, eles se sentem mais propensos a criar, inovar e correr riscos, tão importantes para o sucesso nos dias de hoje. Mostrar que nós não temos medo de rir dos nossos erros, faz com que os outros se sintam seguros em assumir os seus. Outro aspecto importante e que traz leveza para a liderança é a percepção da importância de equilibrar trabalho duro e diversão. O líder contemporâneo, ao mesmo tempo, inspira para o trabalho duro e proporciona momentos de descontração onde as pessoas se conectam e ganham energia para criar e executar com afinco.
Capítulo 6: Criando uma Cultura de Leveza.
Leveza e diversão são as bases de times criativos. Quando esses ingredientes estão presentes nos bons momentos, eles criam um estoque de energia para passar pelos maus momentos. E não é surpresa que tudo comece com a alta liderança. Quando as pessoas percebem que o bom humor está presente no topo, elas se sentem confortáveis para se soltar também. Mas a cultura de leveza pode – e deve – vir de todas as direções. E três tipos de pessoas têm um papel especialmente importante nessa jornada: os instigadores, pessoas que desafiam as regras e fazem coisas diferentes do estilo da empresa; os carregadores de cultura, profissionais muito respeitados na empresa e que têm uma vocação para o humor; e as pérolas escondidas, pessoas que têm talentos não ligados com a empresa e que podem se expor em momentos festivos mostrando para todos o quanto são apreciados não apenas por suas qualidades profissionais. Na construção de uma cultura de leveza, dois momentos são especialmente marcantes: experiências de pico que serão lembradas para sempre e que a empresa pode criar e proporcionar em situações específicas e o encerramento de ciclos com comemorações simbólicas. Outra coisa que se pode fazer é aproveitar situações que ocorrem inesperadamente e transformá-las em marcos bem humorados para sinalizar o que é importante para a empresa. Por fim, vale enfatizar que o ambiente físico também tem um papel fundamental nesse sentido e pode reforçar ou inibir uma cultura de bom humor, leveza e diversão.
Capítulo 7: Navegando as Áreas Cinzas do Humor.
Cada pessoa tem um nível de preferência e sensibilidade para o humor, por isso, não é difícil passar do limite, mesmo sem intenção. O objetivo é usar o humor com responsabilidade, sensibilidade, empatia e de forma divertida, mas como os limites são turvos a situação sempre apresenta um risco, que diminui muito se entendermos suas nuances. Segundo a professora Anne Libera da Columbia College Chicago o humor tem três componentes: verdade (o quanto o que falamos é reconhecível); dor (quanto desconforto ele gera) e distância (o quão próximo temporal, geográfica ou emocionalmente estamos do tema abordado). Para calibrá-los devemos perguntar: se tirarmos o humor do que estamos dizendo a situação continua apropriada? Quão grande e quão próxima está a dor que gera o desconforto? As pessoas estão abertas a brincadeiras no momento? E mesmo que estejamos atentos a tudo isso, os escorregões vão acontecer. O caminho para lidar com isso é: reconhecer de forma sincera, assumindo a responsabilidade, entender porque você deu “bola fora” e se preparar para mudar.
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