Trabalho Infeliz
Triste saber que 70% dos profissionais brasileiros estão infelizes no trabalho*. Afinal, na sociedade moderna, passamos mais tempo trabalhando do que fazendo qualquer outra coisa. Então, alguém que esteja insatisfeito com sua ocupação, dificilmente estará satisfeito com a vida. Eu, cá com os meus botões – e amparado por minhas leituras sobre filosofia oriental – acho que uma parte disso se deve a uma condição inerente à natureza humana que precisa ser superada individualmente. Mas, como o dado que apresento no início desse post está lastreado em uma pesquisa realizada pela revista Você S/A, e esta se propõe a explicar os fatores exógenos que levam a essa situação, me concentro neles. E, nesse sentido, é impossível ignorar que o fator que mais contribui com essa infelicidade é a “inabilidade ou o estilo de liderança do gestor”. Tenho dito nos treinamentos de liderança que pessoas não trabalham para empresas; pessoas trabalham para pessoas. É como disse um participante de um curso: “é melhor trabalhar para um chefe bom em uma empresa ruim do que trabalhar para um chefe ruim em uma empresa boa.” Bingo! E o pior é constatar quanta gente não sabe lidar com gente nas empresas. Não por má índole ou intenção de ferir. Mas muitas vezes por falta de domínio de conceitos básicos. Tenho insistido que é mais produtivo treinar líderes para que motivem e orientem as pessoas no cotidiano do que contratar uma palestra motivacional atrás da outra. Acho até que uma palestra que injete ânimo nos colaboradores tem seu papel, que é: energizar pessoas que se sintam respeitadas e valorizadas por seus líderes. Se isso já ocorre, a palestra motivacional cumpre seu papel. Caso contrário é muito pouco eficaz e, pensem no assunto, até contraproducente.
* Pesquisa da revista Você S/A com amostra de 3254 profissionais divulgado na edição de Agosto de 2014