Um Exemplo da Diferença entre Design e Estética
Uma pergunta muito comum nos cursos de Marketing que ministro em MBAs, está ligada ao módulo de Gestão de Produtos. É quando falo sobre diferenciação. Nesse momento digo que um produto pode ser diferente através da “estética” ou através do “design”, entre muitas outras formas. Frequentemente algum aluno questiona: mas não é a mesma coisa? Design e Estética não são sinônimos?
Apesar de serem usados como sinônimos no dia a dia, estas duas palavras carregam significados diferentes. A estética está ligada ao belo. Quando a forma de um produto é agradável de ver, estamos transitando na esfera da estética.
Quando vi, já há algum tempo, a nova embalagem do adoçante Linea, diferente de todas as outras; percebi que estava diante de um exemplo.
Sua embalagem em forma de gota é leve, faz referência as gotas do adoçante que caem no copo e é diferente de todas as outras embalagens do mercado. Linda!
Já o design está um passo adiante da estética. Ele conjuga beleza e funcionalidade. Um bom design faz com que o produto seja visualmente impactante, mas agregando um impacto também na questão do uso. Se você for a uma loja de móveis vai ver que existem cadeiras apenas belas e cadeiras belas e confortáveis. Essas últimas têm um bom design.
Não é difícil concluir que um produto com algum tipo de deficiência no uso carece de qualidade em termos de design. É por isso que elegi o exemplo da Línea para fazer o contraponto. Apesar de todas as qualidades estéticas já comentadas, o uso do produto denuncia uma falha na esfera do design. Basta você apertar a embalagem algumas vezes em busca das doces gotas que ela se deforma trazendo à tona uma imagem feia e dificultando o uso posterior.
Isso aconteceu com todas as unidades que já comprei. Além disso, vi diversas vezes em cafés e lanchonetes a bela embalagem carente de design toda amassada.
Algo que pretendia agregar valor, acaba na prática, manchando a imagem da marca.