Entrevista de Emprego: a Arte de Sermos de Verdade
Por Ana Lúcia Spina, consultora de comunicação e pontos fortes da Ynner
Como eu sou e como eu acredito que deveria ser? Todos nós, em algum momento da vida, nos sentimos devendo e com vontade de sermos mais do que somos. Por um lado, isso pode ser um impulso importante para nossas buscas. Por outro, podemos nos sentir em dívida com aquilo que acreditamos que deveríamos ser.
Nessa hora, pode aparecer um impulso querendo resolver esse dilema: a mentira. Às vezes tratada como inocente por não ferir ninguém, outras como uma pequena distorção. Às vezes usada como inversão da realidade, outras para valorizar aquilo que não temos. De qualquer forma, a mentira é um perigo, pois na palavra cabe tudo, mas é na atitude que vamos medir a pessoa.
Uma mentirinha, ainda que tida como inocente, pode nos fazer perder a confiança em alguém, pois mentira é mentira e não existe mentirinha ou mentirona para quem se sente enganado. Algumas pessoas, em entrevistas profissionais, mentem em relação às suas habilidades, dizem que leram o que não leram e retratam muita animação com a função quando, na verdade, não se sentem assim.
Veja bem, uma coisa é saber valorizar sua trajetória verdadeira, outra é mentir para causar boa impressão. A mentira pode causar desconfianças expressivas. Ficamos sempre avaliando e checando quando desconfiamos de alguém. Ninguém sustenta uma mentira por muito tempo e quando descoberta, no lugar de gerar possibilidades, gera distância.
O antídoto contra a mentira é saber que dentro de cada história existe valor e que aquilo que não é bom em nós, pode ser melhorado porque não nascemos prontos. Um grande valor do ser humano é quando a palavra e a ação estão unificadas, e isso chamamos de integridade. Em uma entrevista, fale sobre suas conquistas, seus desafios, mas, principalmente, tenha em mente suas intenções em ser melhor, seu entusiasmo em crescer, sua vontade de se dispor ao desenvolvimento. E de fato seja tudo isso. Além de se realizar, você será incrível. Quem não quer um profissional assim?