Resumo do Livro “Potencial Oculto” (Hidden Potential) de Adam Grant
Potencial Oculto te ensinará a alcançar novos níveis de maestria e desbloquear seu maior recurso: a humanidade.
Preparamos por aqui um resumo para você! E se gostar, corra para a sua livraria favorita.
Prólogo
Todos nós temos uma parte do nosso potencial oculto e esse livro é sobre como revelá-lo. O que tem a ver com motivação, que não é algo inato, mas que, frequentemente, está ligado à presença de um professor ou treinador que faz o aprendizado inicial divertido. Essa motivação leva a pessoa a se dedicar por tempo suficiente para evoluir, o que faz toda a diferença, pois o potencial não está na sua aptidão inicial, mas em quão longe você consegue chegar com ela. A questão não é quanto dinheiro ou títulos você acumula, pois esses são símbolos frágeis para o progresso. E o que conta não é o quão duro você trabalha, mas o quanto você cresce, o que requer mais do que um mindset. Requer, sim, um conjunto de habilidades que nós geralmente negligenciamos. Muitas delas ligadas aos nossos aprendizados através de pessoas que nos ajudam a construir “andaimes” que suportam nossa evolução. E que nos permitem agir em consonância com nossos valores, demonstrando caráter: a capacidade de viver com base em nossos princípios.
Parte 1: Habilidades de Caráter.
Estudos mostram que capacitar empreendedores em competências de caráter tem mais impacto em seus resultados do que os treinamentos em competências cognitivas. Essas primeiras serão ainda mais importantes na medida em que as tecnologias vierem a fazer cada vez mais as atividades físicas e até mentais.
Capítulo 1: Criaturas de Desconforto.
A teoria dos estilos de aprendizado é um mito. Não existe evidência de que uma pessoa aprende mais ou melhor se usar o seu estilo de aprendizado preferido. O seu estilo de aprendizado aponta a forma com a qual você se sente mais confortável, mas em alguns momentos você aprende melhor através do seu desconforto. Para se desenvolver é preciso ter coragem para enfrentar alguns desconfortos, tais como: abandonar suas crenças sobre o aprendizado, praticar o que aprendeu antes de estar pronto e errar mais do que os outros tentam.
Capítulo 2: Esponjas Humanas.
Melhorar depende menos da quantidade de informação que você acessa e mais da informação que você introjeta. Crescimento é menos sobre trabalho duro e mais sobre quão bem você aprende. O progresso geralmente é associado ao trabalho duro, mas o que importa é o trabalho inteligente que amplia a sua capacidade de absorção; baseada em duas variáveis: a busca proativa (e não reativa) de informação e a capacidade de filtrá-las pensando em crescimento (e não no ego). Para isso você vai precisar de pessoas que lhe orientem. Essas pessoas não podem ser nem torcedoras (que só focam nas suas forças), nem críticas (que batem apenas em suas fraquezas); precisam ser coaches que veem o seu potencial e lhe ajudam a se tornar sua melhor versão. E uma dica prática é: não procure feedbacks, procure conselhos, através da pergunta: o que eu posso fazer melhor da próxima vez? E priorize os conselhos que vêm de pessoas com três características: querem o melhor de você, têm competência na área do conselho e lhe conheçam bem.
Capítulo 3: Os Imperfeccionistas.
Destravar o potencial oculto não tem a ver com buscar a perfeição. Tolerar as falhas não é algo que apenas os iniciantes precisam fazer. É através delas que nascem os experts. Mas apesar disso, o perfeccionismo vem crescendo nos países pesquisados. Talvez em função do modelo educacional que avalia a capacidade dos alunos darem a resposta certa (ou perfeita), quando no mundo real as coisas são bem mais ambíguas. O que é ruim, pois os estudos mostram que a relação entre perfeccionismo e performance é zero (ou negativa). Isso porque os perfeccionistas cometem três erros: (1) eles são obcecados por detalhes pouco importantes; (2) eles evitam situações novas pois trazem maior probabilidade de imperfeições; (3) eles se punem demais pelos erros, o que faz ser mais difícil aprender com os tropeços. Para não cair nessa armadilha vale a pena conhecer a filosofia japonesa Wabi-Sabi, a arte de honrar a beleza da imperfeição. O que fica ainda mais valioso quando você entende que as pessoas avaliam seu potencial muito mais por seus melhores momentos do que pelos piores. Tudo isso está muito em linha com a abordagem ágil da gestão que prega a necessidade de começar a fazer algo quando se tem um produto mínimo viável, mesmo que imperfeito, para que se possa aprender através dos erros em um processo iterativo. A dica prática é: quando quiser fazer algo muito bom, comece da melhor forma possível, reúna um grupo de críticos confiáveis, apresente a versão inicial, receba e aprenda com as observações para depois se aproximar da excelência.
Parte 2: Estruturas da Motivação.
Força de caráter não é suficiente para percorrer grandes distâncias. Muitas vezes precisamos de um apoio externo. Contar com um “andaime” que possa fazer esse papel é fundamental. Esses andaimes são: frequentemente nos fornecidos por outras pessoas; feitos sob medida para cada tipo de desafio; devem ser usados num momento específico; e temporários até ganharmos confiança.
Capítulo 4: Transformando o Moedor Diário.
Escutamos sempre que para desenvolver novas competências precisamos de altíssima dedicação e horas de prática monótona. Mas os melhores são aqueles que conseguem transformar a atividade maçante em uma fonte de prazer diário. Quando o que se faz vira paixão tudo flui naturalmente, ao contrário da obsessão que leva a pessoa ao esgotamento. Para isso é necessário juntar dois elementos: a prática deliberada com a diversão livre, produzindo a diversão deliberada, geralmente arquitetada por um professor ou coach que assim consegue prevenir o burnout e boreout. Essa é uma prática cada vez mais comuns nos treinamentos esportivos, transformando a prática cansativa em um processo interessante e gamificado. Outro aspecto importante nessa metodologia é a introdução de breaks que não deixam a prática cansativa, trazem espaço mental para o desenvolvimento de novas ideias e aprofundam o registro da informação no cérebro.
Capítulo 5: Destravando.
Cair na rotina e atingir um platô no desenvolvimento pode significar que está na hora de buscar uma nova rota de crescimento, pois a evolução raramente acontece em linha reta. E quanto melhor ficamos em algo, mais difícil é melhorar, então precisamos buscar formas alternativas para ascender. Nesses casos precisamos de um norte claro e tranquilidade para buscar opções; além de ter resiliência porque na maior parte das vezes ficamos estagnados até encontrarmos o novo caminho, o que pode ser desanimador; já que a sensação de estar progredindo é um grande motivador.
Capítulo 6: Desafiando a Gravidade.
Diante de obstáculos muito desafiadores nós precisamos de competência e confiança. Uma fonte de competência é ensinar aos outros aquilo que nós queremos aprender. E uma fonte de confiança é estimular outras pessoas a fazerem o que nós queremos fazer. Por isso, grupos onde as pessoas se estimulam e aprendem umas com as outras tendem a apresentar um maior nível de resiliência e performance. Uma outra fonte de confiança vem de fora e dependendo da postura e credibilidade do interlocutor nossa reação é diferente: se alguém é um expert e confia em você ele lhe empodera; mas se esse expert duvida de você ele lhe desestimula. Já um leigo que confia em você não gera impacto, enquanto um leigo que duvida de você lhe motiva porque você passa a querer mostrar que ele está errado. Quando essa fonte externa é um parceiro, a sua vontade de não decepcionar fortalece a sua coragem e resiliência. E quando você tem um grupo inteiro de pessoas que confia em você sua determinação chega ao máximo.
Parte 3: Sistemas de Oportunidade.
Crianças que crescem em famílias que estão entre as 1% mais abastadas têm 10 vezes mais chance de se desenvolver do que aquelas com renda mediana. Isso exemplifica o enorme peso que as circunstâncias têm no desenvolvimento do potencial humano. Criar sistemas que estruturem circunstâncias favoráveis e gerem oportunidades para todos é uma forma de maximizar o potencial da humanidade cultivando a genialidade de todos.
Capítulo 7: Cada Criança à Frente.
O desempenho da Finlândia nos rankings globais de performance estudantil deu um salto enorme entre 1980 e 2000, atingindo o topo em competições internacionais. A observação desse fenômeno mostra algumas características do sistema finlandês que podem nos inspirar a entender e promover o desenvolvimento: tudo começa com uma crença genuína de que todos os estudantes têm potencial e portanto devem ter acesso a oportunidades de desenvolvimento; passa pela preparação exigente, motivação e boa remuneração dos professores e dos diretores de escolas que são responsáveis pela atenção a todos os alunos e têm como maior responsabilidade ensinar às crianças que aprender é divertido; pelo apoio de uma equipe de bem estar dos alunos que incluem psicólogos, assistentes sociais e enfermeiras; e pela personalização da abordagem, valorização e estímulo dos interesses naturais de cada criança e jovem. E a preocupação com o tema educação é tão grande que um declínio recente no desempenho dos alunos ligou o alarme para a compreensão das causas e uma das hipóteses mais fortes é que existe um declínio na motivação dos estudantes que está sendo combatido através da adoção de mais metodologias experienciais e forte estímulo e cultivo do prazer da leitura, sendo que essa última depende em grande parte dos hábitos de leitura dos pais. Por fim, algo notável é que apesar dessa valorização extrema da educação, nunca isso é feito em detrimento do bem estar dos alunos, uma preocupação dos finlandeses, já que na maioria dos países que ascenderam rapidamente nas competições internacionais (como a China) o nível de depressão e insatisfação com a vida entre os jovens cresceu muito.
Capítulo 8: Mineração de Ouro.
Quanto maior a complexidade de um problema, menor a chance de resolvê-lo sozinho. Por isso equipes são fundamentais. Mas a maximização da performance de um time não depende tanto das capacidades cognitivas individuais quanto imaginamos. A relação é maior com as competências humanas, particularmente a capacidade de colaborar. A inteligência coletiva emerge quando cada membro conhece a força de seus pares e desenvolve estratégias para alavancá-las. Liberar o potencial de um time é menos sobre ter as melhores peças e mais sobre ter a melhor cola. E um agente importante nesse processo é o líder que, principalmente em times com inciativa, precisa ouvir melhor do que falar e dar espaço para todos se manifestarem, independente da posição formal, pois muitas vezes a melhor ideia vem de quem menos se espera. Por isso, uma organização eficaz precisa criar rotas alternativas para que pessoas de iniciativa não sejam bloqueadas por seus chefes diretos e possam escalar até o topo em busca de apoio da alta liderança.
Capítulo 9: Diamantes Brutos.
É um erro avaliar um candidato somente por suas conquistas passadas. Quando fazem isso os processos de seleção subestimam pessoas com altíssimo potencial. É fundamental entender de onde a pessoa partiu em sua jornada de desenvolvimento, que obstáculos precisou superar e, mais importante, como os superou. Outro erro é valorizar demais aqueles que cursaram universidades renomadas porque um grande estudo mostrou que não existe diferença significativa na performance em projetos práticos; além de descartar aqueles que se prepararam por rotas alternativas como academias militares, aprendizado no trabalho, cursos técnicos ou auto didática. Um terceiro equívoco é valorizar a experiência, que só faz sentido em atividades muito específicas e de grande complexidade. Um dos elementos mais importantes a se observar nos processos seletivos é a capacidade de aprendizado. E é importante lançar mão de técnicas não convencionais como colocar as pessoas para fazerem uma parte do trabalho ou dar problemas reais para os candidatos resolverem. Quando avaliamos uma pessoa, não tem nada melhor do que encontrar um diamante bruto. Analisar a pressão que eles já sofreram e reconhecer seu potencial para brilhar.
Referência: Livro “Potencial Oculto” (Hidden Potential) do autor Adam Grant. Editora Sextante.