O Uso dos Talentos como Caminho de menor Resistência
Imagine que você precise de um banco. A princípio ele pode ser de qualquer material: madeira, ferro, pedra, cerâmica, barro, plástico e etc. Desde que você possa se sentar e descansar nele, está ótimo.
Então, você vai até a sua oficina e descobre que você tem madeira e as ferramentas de marcenaria. Você não tem materiais de serralheria. Não tem uma injetora de plástico. Também não tem martelo nem cinzel. E nem mesmo tem os moldes ou o forno para produzir artefatos de cerâmica ou barro. De que material você faria o seu banquinho? A resposta é tão óbvia que você está prestes a se irritar e abandonar a leitura desse artigo. Não faça isso! Você vai entender que o questionamento patético serve para mostrar, metaforicamente, o erro que uma boa parte das pessoas comete em seu processo de desenvolvimento.
Usando o que Você já Tem
Se eu tenho os ingredientes para construir meu banquinho de madeira, por que eu o construiria de outra forma? Não existe motivo. Não é razoável. É irracional. O que faz sentido é usar aquilo que já está disponível e ao nosso alcance. Essa é a forma mais eficaz de fazer algo. Partindo daquilo que já temos disponível e abundante. Podemos chamar esse caminho de “o caminho de menor resistência”.
Isso vale para um evento simples da nossa vida pessoal, como esse que ilustra metaforicamente o início do nosso artigo, mas também vale para nossa busca pelo atingimento de nossos objetivos profissionais e corporativos. Sempre que eu quero alguma coisa, preciso primeiro verificar quais os instrumentos e matéria prima que já tenho para chegar lá. Depois eu trabalho da melhor forma possível com esses elementos, e se for necessário eu vou em busca daquilo que não tenho, para complementar. Se eu precisar de algo além do que tenho, sei que vou gastar mais dinheiro, energia e tempo, porque vou precisar adquirir aquilo que está me faltando. Mas primeiro eu foco no que eu tenho. Sem contar que preciso verificar se o que quero comprar está disponível para aquisição.
Talento como Base para o Desenvolvimento
E o que isso tem a ver com desenvolvimento? Vejamos através de um exemplo. Suponhamos que eu trabalhe na área de vendas de uma empresa. Obviamente eu quero fazer muitas vendas e ser o melhor vendedor que posso ser. Para isso, eu devo trabalhar com os ingredientes que eu tenho, ou com os ingredientes que eu não tenho? Mais uma pergunta cretina, certo? Pois é! Uma pergunta que muitas pessoas não se fazem e que as atira num caminho de grande consumo de energia, tempo e dinheiro. E frequentemente sem sucesso.
E quais são os ingredientes que eu tenho para fazer as vendas que desejo? Meus talentos. E é neles que eu devo focar. Por quê? Porque eles me são abundantes e estão facilmente disponíveis. Eu só posso lançar mão daqueles ingredientes que eu tenho. É óbvio. Então, a conclusão é que eu alcançarei minhas metas se tiver discernimento para entender quais são meus talentos e colocá-los em ação, intencionalmente para evoluir.
Mais uma vez, eu até posso tentar me desenvolver através dos talentos que eu não tenho, mas isso vai me custar muito tempo, dinheiro e energia. Que eu não preciso gastar se usar os meus talentos na prática.
Sem contar que uma grande parte das pesquisas em neurociência evidencia que eu consigo desenvolver muito pouco os meus talentos menores. Eles até melhoram um pouco, com muito sacrifício, mas nunca atingem a excelência.
Talentos na Prática
Voltemos para nosso exemplo concreto. Meu objetivo é fazer muitas vendas, certo? E eu descubro que tenho grande facilidade para me conectar com o cliente, entender suas necessidades e suas preocupações, mas não me sinto tão confortável na hora de confrontar o cliente e fechar a venda. E quando eu tento, acabo parecendo grosso ou inconveniente.
Onde deve estar minha ênfase? Bingo! Eu vou aperfeiçoar ao extremo essa qualidade que eu tenho e levá-la ao estado da arte de forma que a minha conexão com o cliente me faça construir uma base de confiança que vai diminuir a necessidade do confronto final ao mínimo. Além do que minha compreensão profunda dos seus problemas e desafios, me permitirão oferecer uma solução tão aderente às suas necessidade, que não será preciso forçar muito a venda.
É claro que de alguma forma eu vou precisar confrontar o cliente em algum nível e as vezes, num nível mais elevado. Então, eu preciso saber administrar esse momento de alguma maneira. Eu preciso lidar com esse ponto fraco, o que é plenamente possível. Mas lidar é muito diferente de priorizar. Lidar, gerenciar, administrar, significa trazê-lo para um nível aceitável de forma que ele não me atrapalhe (veja nosso artigo com as estratégias sobre como fazer isso).
Mais um Exemplo de Uso do Talento na Prática
Agora imaginemos a situação diferente. Eu tenho uma capacidade de expor meus produtos de uma forma tão sedutora, que as pessoas ficam boquiabertas quando começo a falar. Eu apresento as soluções da minha empresa como se fosse uma história envolvente e consigo fazer com que as pessoas acreditem em mim, pois eu mesmo acredito tanto no meu produto que transfiro minha paixão.
Mas e se eu não tenho carisma para me conectar com o cliente e fazer as perguntas necessárias para calibrar a minha apresentação? É claro que qualquer vendedor vai precisar fazer uma investigação. Então, se seus talentos se manifestam mais facilmente no momento da apresentação, leve essa etapa da venda ao estado da arte e aprenda a investigar com um mínimo de competência para não perder o negócio. Mas a sua venda vai ser especial pela sua apresentação. E você vai administrar o momento da investigação, que é necessária para uma venda não naufragar.
Isso é usar o que você tem para chegar onde você quer. Esse é o caminho de menor resistência. Isso é alavancar o seu desenvolvimento.
O exemplo envolveu a área de vendas e alguns talentos hipotéticos, mas se aplica a qualquer área e a uma grande quantidade de aptidões que podem ser usadas para se atingir os objetivos.
Conheça a Certificação Internacional Gallup Global Strengths Coach
O GGSC é o curso para líderes e coaches mais respeitado do mundo para aprender toda a metodologia CliftonStrengths®, da Gallup. Com técnicas sólidas de desenvolvimento que são referência mundialmente, você aprenderá nessa certificação, acreditada pela ICF – International Coaching Federation e com certificado Gallup, como conduzir conversas de coaching e potencializar pessoas, gestores e equipes para que atinjam a excelência, cada qual à sua maneira natural de pensar, sentir e agir. Saiba mais.