Resumo do Livro “Blind Spot” (Ponto Cego) de Jon Clifton
Blind Spot vai te ajudar a medir e melhorar o que realmente faz a vida valer a pena.
Preparamos por aqui um resumo para você! E se gostar, adquira o seu!
Introdução
Na cultura global contemporânea, temos uma grande preocupação em aferir e acompanhar indicadores de diversos tipos, com ênfase para os econômicos. Variações intensas no PIB e no desemprego, por exemplo, causam grande impacto. Mas será que existe essa mesma preocupação com relação à forma como as pessoas se sentem? Será que a atenção aos sentimentos positivos e negativos das pessoas é adequada? Talvez isso seja importante. Principalmente quando nos damos conta de que existe uma escalada dramática nos índices de sentimentos negativos em todo o mundo: entre 2006 e 2021 houve um salto de mais de 10 pontos no índice que afere raiva, stress, tristeza, dor física e preocupação.
Parte 1: O Ponto Cego da Liderança, Felicidade e Bem Estar.
Capítulo 1: O Que os Modelos Econômicos não Veem.
Alguns estudiosos entendem que quando um país apresenta uma situação econômica positiva as pessoas tendem a sentirem-se satisfeitas e preferirem a estabilidade à mudança. Mas a observação de alguns fenômenos sociais recentes colocam essa premissa em xeque. Um exemplo diz respeito ao crescimento estável e constante do PIB per Capta na Tunísia e Egito nos vinte anos que antecederam a entrada desses países em ebulição social na chamada Primavera Árabe. O curioso é que os estudos da Gallup mostram uma queda acentuada no nível de bem estar da população nesses países, mostrando que esse pode ser um índice mais adequado para entender a satisfação com a vida e a ansiedade por mudanças.
Capítulo 2: Infelicidade e Eleições.
O estudo das eleições americanas mostra que existe uma forte tendência de mudança de tipo de governo quando o nível de bem estar está em baixa, sendo esse um indicador mais robusto que os indicadores econômicos. Outra evidência do peso dos níveis de bem estar na ansiedade por mudanças é a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit. Afinal, nos momentos que antecederam esse movimento, os indicadores econômicos se apresentavam positivos, ao contrário dos indicadores de bem estar. A conclusão desses e de outros fenômenos é que o bem estar é um indicador mais preciso da abertura de uma população à mudança de liderança do que os indicadores econômicos, sempre tidos como o maior previsor de mudanças.
Parte 2: Endereçando o Ponto Cego, Medindo Felicidade e Bem Estar.
Capítulo 3: As Pessoas Mais Felizes do Mundo.
O Relatório de Felicidade Global afiliado à ONU está baseado nos resultados de uma pergunta que a Gallup faz em todo o mundo: Por favor imagine uma escada com dez degraus numerados de zero na base à dez no topo. O topo da escada representa a melhor vida possível para você e a base da escada representa a pior vida possível para você. Em que degrau da escada você diria que você sente que está nesse momento? Existe uma controvérsia sobre se essa pergunta mede realmente felicidade ou contentamento. E há uma certa tendência de considerar que o que está sendo medido tem mais a ver com contentamento, ou se preferirmos, bem estar subjetivo. Mas por uma questão prática e de impacto pretendido, usa-se o termo felicidade.
Capítulo 4: Como, Afinal, Podemos Medir Felicidade.
Existem duas abordagens para o bem estar subjetivo: como as pessoas veem suas vidas e como elas vivem suas vidas. Dinheiro e outros aspectos objetivos impactam como elas veem suas vidas. A Gallup mede isso através da pergunta: por favor imagine uma escada com dez degraus numerados de zero na base à dez no topo. O topo da escada representa a melhor vida possível para você e a base da escada representa a pior vida possível para você. Em que degrau da escada você diria que você sente que está nesse momento? A média global é 5.3. E quando pedidas para imaginar a mesma situação em cinco anos a média global é 6.7. Para a Gallup se a pessoa está abaixo de 4 hoje e no futuro, ela é considerada em estado de sofrimento. Acima de 7 hoje e 8 no futuro a Gallup considera estado de prosperidade. Entre essas duas medidas é um estado de luta. Complementarmente, para avaliar como as pessoas vivem as suas vidas a Gallup avalia diversos sentimentos positivos (prazer, aprender ou fazer algo interessante, sentir-se bem descansado, sorrir e rir, e sentir-se tratado com respeito) e negativos (raiva, estresse, tristeza, dor física e preocupação). E o grande desafio global contemporâneo é a escalada dos sentimentos negativos. Todas as emoções negativas vêm crescendo desde que a Gallup começou a acompanhá-las e o Índice de Experiências Negativas subiu 10 pontos desde 2007 com uma aceleração maior depois de 2014.
Capítulo 5: As Pessoas Sabem Quão Felizes Elas São?
Existem muitos questionamentos com relação a validade da realização de enquetes. Alguns alegam que apenas as medidas objetivas são válidas, sem se dar conta que os índices de desemprego, considerados dados objetivos, são medidos na maior parte do mundo através de enquetes. Esses críticos alegam que as pessoas não conseguem dar opiniões coerentes sobre aspectos subjetivos de suas vidas, como por exemplo dizer como se sentem. A experiência de décadas da Gallup aponta em sentido contrario, baseada, inclusive em constatações como a de que expectativa de vida e avaliação da própria vida têm uma alta correlação estatística. A opinião das pessoas conta. Ninguém pode dizer melhor que a própria pessoa sobre como ela se sente.
Capítulo 6: Economia Comportamental e a Medida de uma Vida Boa.
A forma como as pessoas se sentem influencia como elas pensam e as decisões que tomam. Apesar disso, ainda existem muitos que insistem na tese de que as decisões humanas são predominantemente racionais. Não são. Todos os estudos mais recentes apontam para o predomínio das emoções nas tomadas de decisão. A razão é um sistema de suporte para a mente emocional tomar as decisões. Descobertas como essa têm impactado, particularmente, as organizações e seus estilos gerenciais, na medida em que fica claro que colaboradores conectados emocionalmente trabalham mais e melhor, são mais inovadores e menos inclinados a pedir demissão. Apesar disso, poucos líderes sabem lidar bem com essa questão. E um dos elementos centrais na construção dessa conexão emocional é focar nos aspectos positivos da personalidade das pessoas. Esse é um movimento que começou com Abraham Maslow em seu livro Motivação e Personalidade de 1954, foi reforçado por Don Clifton com sua Psicologia dos Pontos Fortes e vem ganhando ainda mais impulso com a Psicologia Positiva de Martin Seligman. Tal movimento foi capturado por George Gallup, já em 1950 quando iniciou pesquisas para descobrir e entender quem eram as pessoas mais felizes dos Estados Unidos, prenunciando os importantes estudos sobre bem-estar e a situação do ambiente de trabalho em todo o mundo. Mundo esse que viu surgir outras iniciativas de aferição do estado emocional das pessoas, tais como o indicador de Felicidade Bruta (referência ao Produto Interno Bruto) que alguns dizem ter surgido no Butão e outros nas raizes da União Europeia.
Parte 3: O Que Faz uma Grande Vida.
Capítulo 7: Os Cinco Elementos de uma Grande Vida.
A Gallup estuda longevidade e aspectos que fazem a vida valer a pena há aproximadamente seis décadas. E uma das grandes conclusões, principalmente baseada em estudos recentes e meta análises profundas é que existem cinco pilares que sustentam o bem-estar humano: o trabalho que a pessoa realiza; sua estabilidade financeira; saúde física; vida social e o ambiente onde vive.
Capítulo 8: A Grande Crise dos Trabalhos Excelentes.
De toda a população economicamente ativa no mundo (3.3 bilhões de pessoas) apenas 9% têm aquilo que pode ser considerado um trabalho excelente: estável, de no mínimo 30 horas por semana, em que a pessoa esteja engajada e prosperando; onde elas possam usar seus talentos, onde suas opiniões sejam levadas em consideração e onde tenham um líder que se preocupa com os seus desenvolvimentos. É por isso que apenas 20% dos liderados de todo o mundo estão engajadas, 62% estão desengajaras e 18% estão ativamente desengajaras.
Capítulo 9: Dinheiro Compra Felicidade?
Os estudos mais recentes da Gallup mostram que existe uma relação linear contínua entre o quanto uma pessoa tem de dinheiro e a forma positiva como ela “vê” a sua vida. Mas essa mesma relação não existe quando a questão é o como ela “vive” a sua vida, ou seja o quanto ela tem o chamado bem estar subjetivo ou, felicidade. Nesse sentido os estudos apontam que o nível de felicidade cresce sim em linha com o quanto a pessoa ganha, até que ela possa garantir o suprimento das necessidades básicas e um certo conforto, que estima-se (para a realidade americana) algo ao redor de US$ 75 mil/ano. A partir daí não existe mais correlação estatisticamente relevante, ou seja, mais dinheiro não traz mais felicidade. Existem alguns indícios, inclusive, que a partir desse nível, em algumas circunstâncias mais dinheiro leva a diminuição do bem estar subjetivo. Não pelo dinheiro em si, mas pelos preço que devem ser pagos por esse dinheiro adicional: preocupação, stress, ansiedade; além de apego exagerado a valores materiais que levam a uma ansiedade decorrente da busca indefinida pelo próximo bem a ser adquirido.
Capítulo 10: As Comunidades Ruins.
O local onde a pessoa vive tem um grande impacto no bem estar dela. E para se construir um local que contribua nesse sentido o primeiro passo detectado pelas pesquisas da Gallup é garantir que as pessoas se sintam seguras onde vivem. De uma forma prática, que elas sintam, que possam caminhar sozinhas à noite pela rua. Cerca de 28% das pessoas pesquisadas pela Gallup globalmente não se sentem seguras para fazer isso. O segundo pilar mais importante é infraestutura que garanta higiene, saúde, transportes, comercio acessível, boas moradias e um sistema educacional decente. Com esses dois aspectos se gera um bom lugar para se viver. Para que essa comunidade seja um lugar excelente, os ingredientes adicionais são pessoas em que se possa confiar e que ajudem umas as outras. Três indicadores apontam nesse sentido: doação de dinheiro para caridade, voluntariado e a disponibilidade para ajudar um estranho que precise de ajuda. A notícia triste aqui, é que as pesquisas da Gallup mostram que as boas comunidades estão evoluindo para ser cada vez melhores, enquanto as comunidades ruins estão numa terrível rota para se tornarem cada vez piores.
Capítulo 11: A Crise Global de Fome.
O quarto pilar para o bem-estar humano é o aspecto físico, que inclui, principalmente alimentação e exercícios. O que é uma péssima notícia para o mundo de forma geral, já que as estimativas apontam para algo entre 700 e 800 milhões de pessoas enfrentando a fome em todo o mundo, número que vinha declinando até 2019 e que voltou a crescer em 2020. E o pior, essa situação convive com uma epidemia de obesidade no outro extremo. Hoje 65% da população vive em países em que o excesso de peso mata mais do que a falta de comida. Mais dramático ainda é a constatação da existência da DBM (Double Burden Malnutrition) em ascendência. Isso significa que existem muitas pessoas obesas e mal nutridas em todo o mundo. A falta de atividades físicas também preocupa.
Capítulo 12: Um Planeta Solitário.
O último pilar do bem-estar é o social. Quanto maior o contato com pessoas da família e amigos alguém tem, maior o bem estar. E não só: maior é a expectativa de vida também. Estudos mostram que pessoas com relações sociais adequadas tem 50% menor de chance de morrer do que aquelas com conexões sociais insuficientes. Falar com pelo menos um amigo a cada duas semanas aumenta a chance de viver em 50%. E trazendo a reflexão para o ambiente de trabalho, as pesquisas mostram que as relações sociais positivas geram crescimento no engajamento e produtividade. Infelizmente, os dados da Gallup mostram que, globalmente, apenas um terço das pessoas têm um amigo no ambiente de trabalho. E só 15% dizem ter um “amigo de verdade” no trabalho. Enfatizando que quanto mais velha a pessoa, menor o número de interação com os amigos.
Capítulo 13: Uma Séria Onda de Infelicidade.
O bem estar mede principalmente a forma como as pessoas “veem” as suas vidas. Mas para entender como elas “vivem” suas vidas é importante avaliar os sentimentos positivos e os sentimentos negativos que elas experimentam em seus cotidianos. E o que preocupa é o crescimento contínuo dos sentimentos negativos a partir de 2007 com piora acelerada a partir de 2014. Principalmente tristeza que cresceu de 29% para 49%; stress que avançou de 42% para 49% e preocupação que foi de 42% para 59% nesse período. E para piorar, as pessoas entendem que o sistema torna as coisas ainda mais difíceis: os 20% que declaram as piores vidas, acreditam que a corrupção é generalizada nas empresas e governos.
Parte 4: Quatro Questões não Respondidas.
Capítulo 14: Como Está a Vida das Mulheres.
Alguns dos desafios das mulheres no mundo contemporâneo são bem conhecidos: violência contra elas, discriminação no ambiente de trabalho e diferenças injustificadas nos pagamentos, por exemplo. Mas de forma surpreendente, em todos os países pesquisados pela Gallup, as mulheres avaliam suas vidas no mesmo nível dos homens. Ao saberem disso, muitas pessoas rejeitam os resultados, principalmente ao verem que os dados se repetem em países onde as mulheres são ostensivamente colocadas em situações de subserviência. É possível que os dados estejam errados. Afinal, qualquer conjunto de dados estatísticos está sujeito a isso. Mas a recorrência com que esses resultados se confirmam ano a ano e país a país, faz crer que é muito improvável que haja um erro. Em primeiro lugar, vale considerar, que dizer que as mulheres e os homens avaliarem suas vidas da mesma forma, não significa dizer que as mulheres esteja, bem, já que a média que aponta para um bem-estar de 5,3 em uma escala de zero à dez. E talvez o que esses dados nos mostrem é o quanto as mulheres são mais resilientes, conseguindo encarar suas vidas de formas mais positivas, mesmo quando são colocadas em situações muito mais desafiadoras do que as dos homens. Imagine o que acontecerá com a qualidade de vida das mulheres, quando realmente conseguirmos amenizar seus desafios adicionais. E as pesquisas indicam que as três oportunidades mais significativas de fazer isso são: garantindo a segurança pessoal para elas, oferecendo oportunidades econômicas iguais e ajudando-as a cuidar das crianças.
Capítulo 15: A Sociedade sem Emoção.
Singapura é um país com índices de desenvolvimento econômico-social invejáveis, o que inclui o fato de ser um dos países mais seguros e limpos do mundo. Mas em 2010 uma questão chamou a atenção: os índices de emoções positivas e negativas vividas estavam entre os piores do mundo. O país parecia morno. E as principais hipóteses surgidas foram: (1) as pessoas ficaram tão focadas em dinheiro que todo o resto perdeu o sentido; (2) a ética do trabalho foi incorporada de forma tão agressiva que a sobrecarga de atividades e a baixa preocupação em proporcionar bons ambientes laborais levou à perda de prazer pela vida; (3) os singapurenses são discretos e não se sentem confortáveis expressando suas emoções. De qualquer forma, depois que essa situação foi exposta intensamente pela mídia, algumas medidas foram tomadas e houve uma reversão abrupta desses índices, principalmente no tocante às emoções positivas e no nível e engajamento das pessoas com seus trabalhos. As hipóteses sobre o que levou a isso são: (1) o governo baixou leis rigorosas para combater o excesso de trabalho; (2) as empresas se conscientizaram da situação e investiram em capacitar seus líderes, já que todas as pesquisas mostram que os gestores diretos são os agentes mais impactantes no nível de satisfação das pessoas no trabalho; (3) as pessoas ficaram tão incomodadas como a situação exposta pela mídia que passaram a responder a pesquisa não com base no que realmente estavam sentindo, mas para passar uma melhor imagem de Singapura para o mundo.
Capítulo 16: Uma Carta ao Presidente de Ruanda Paul Kagame.
O Presidente de Ruanda questionou os resultados das pesquisas da Gallup que apontam que a avaliação dos Ruandeses com relação às suas vidas está entre as piores do mundo. Ele argumentou que todos os indicadores econômicos e sociais vêm melhorando e que os dados da Gallup seriam incompatíveis com isso. Em sua resposta aberta ao presidente de Ruanda, o CEO da Gallup aponta algumas hipóteses: (1) o baixo grau de liberdade pessoal no país pode levar às pessoas a reputarem mal suas vidas apesar na melhoria econômica, já que a liberdade é um fator muito importante para a sensação de bem-estar; (2) o sistema de assistência do governo aos cidadãos é mais generoso com quem está em condições precárias, o que pode incentivar as pessoas a alegarem uma vida pior do que realmente têm na esperança de serem melhores assistidas; (3) o genocídio vivido no país em 1994 pode ainda estar impactando o nível de bem estar tanto dos perpetradores quanto dos familiares das vitimas até hoje, já que foi um evento monstruosamente traumático e que deixou cicatrizes sociais que vão resistir por gerações a fio.
Capítulo 17: Como a Pandemia Global Moldou a Felicidade.
Um resultado surpreendente da pesquisa de bem estar conduzido pela Gallup durante a pandemia foi o crescimento significativo do nível de bem estar apontado pelas pessoas. É difícil acreditar que isso realmente possa ter acontecido, sendo assim, a Gallup levantou, pelo menos, duas hipóteses que justifiquem tais dados: (1) como as entrevistas foram feitas por telefone as pessoas podem ter não respondido com o mesmo nível de comprometimento que o fazem quando as entrevistas são pessoais, e além disso existem estudos que apontam uma inclinação para alegar maior satisfação em pesquisas telefônicas; (2) como as entrevistas foram feitas num momento em que alguns países (como a China) estavam passando por uma fase de recuperação da pandemia, a satisfação com essa situação pode ter levado a uma melhoria no indicador.
Parte 5: O Que os Líderes podem Fazer para Melhorar a Vida das Pessoas.
Capítulo 18: O Que o Setor Público pode Fazer.
As cinco ações que os líderes públicos podem tomar para cuidar da forma como as pessoas veem e vivem suas vidas, são: (1) Incluir estatísticas de felicidade e bem-estar entre os indicadores de desenvolvimento indo além da perspectiva econômica; (2) Reportar estatísticas de bem estar mais frementemente e baseadas em enquetes maiores; (3) Não interferir nos resultados das pesquisas, mantendo-os honestas e baseada em critérios técnicos e não políticos; (4) Elaborar estatísticas oficiais para aferir e divulgar empresas que ofereçam empregos bons e empregos excelentes; (5) Trabalhar com estatísticas que reflitam as muitas dimensões de uma vida excelente.
Capítulo 19: O Que o Líderes do Setor Privado podem Fazer.
Alguns líderes estão agindo de forma a transformar o capitalismo de acionistas, no qual o objetivo central é gerar lucros, em um capitalismo de stakeholders, em que todos os grupos que se relacionam com a empresa são valorizados de forma equilibrada e em consonância com um propósito mais amplo. Essa não é uma ideia nova, com o primeiro autor tendo falado sobre isso em 1932, embora a sua aplicação ampla seja muito recente, em algumas empresas de uma forma consistente e em outras mais por exibicionismo mercadológico. As empresas que fazem esse movimento de forma séria começam ouvindo os colaboradores, entendendo suas demandas, atendendo-os com humanidade, e ajudando-os a se desenvolverem rumo a manifestação de suas essências mais genuínas. Com uma equipe comprometida por esse primeiro passo as empresas podem passar a entender e atender seus clientes, gerando valor racional através de bons produtos e emocional através de relacionamentos genuínos. Mas a mudança não pode parar por aí. É importante incluir fornecedores, que devem ser tratados, respeitosamente, como verdadeiros parceiros. Além da comunidade: impulsionando a vida dos cidadãos e gerando oportunidades para todos nas regiões que abrigam a empresa.
Capítulo 20: O Que os Setores Públicos e Privados podem Fazer Juntos.
Muitos governos não têm condições de coletar dados com a qualidade que precisam, mas se considerarmos que as empresas privadas podem se beneficiar desses dados para tomar boas decisões em suas áreas de atuação, uma boa parte dessa carência de dados pode ser suprida. Principalmente no que diz respeito aos indicadores ligados aos propósitos das empresas. Então, por exemplo, se uma empresa tem seu propósito ligado à nutrição, ela pode se responsabilizar por coletar dados que avaliem esse aspecto. Outra, ligada ao mercado financeiro pode levantar, analisar e divulgar dados relativos ao bem-estar financeiro das pessoas. E assim por diante.
Conclusão: Cinco Milhões de Conversas.
Quando governos e empresas divulgam dados econômicos, demográficos e outros de natureza objetiva, eles traduzem aspectos importantes da vida, mas não os sentimentos das pessoas. Sobre esses, apenas as próprias pessoas podem falar. A forma como as pessoas vivem e interagem vem mudando significativamente, mas a forma de monitorar isso não progride na mesma intensidade. Os sentimentos das pessoas ainda está fora do radar. Tomara que os líderes do futuro mudem isso e passem a considerar, verdadeiramente, indicadores como bem-estar e felicidade.